O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teceu leves críticas ao seu vice, o general Hamilton Mourão (PTRB), nesta terça-feira (27). De acordo com o chefe do Executivo, durante uma conversa com seus apoiadores, Mourão “tem uma independência muito grande” e, “por vezes, atrapalha um pouco” a gestão do governo.
Em outro momento, Bolsonaro comparou a relação com Mourão como aquela que se tem com um cunhado, dizendo que, após casar, “você tem que aturar [o cunhado]”. A avaliação foi feita após o presidente ser questionado se Mourão estaria ao seu lado no palanque eleitoral de 2022.
De acordo com Bolsonaro, o cargo de vice é muito importante para “agregar simpatia” do eleitorado. Todavia, ele ressalta que a escolha de Mourão foi feita às pressas, sinalizando que a “parceria” pode não ser renovada nas eleições do ano que vem.
“A escolha do meu vice na última foi muito em cima da hora, assim como a composição das bancadas, especialmente da bancada de deputados federais. Muitos parlamentares, depois de ganhar as eleições com o nosso nome, muitos se transformaram em verdadeiros inimigos, muitos não, uma minoria”, disse.
Bolsonaro comenta sobre outros temas
Durante sua fala, Bolsonaro também foi questionado sobre o fundo eleitoral. De acordo com o presidente, nenhum partido o influenciará nesta decisão. Além disso, ele também comentou sobre a aliança com o “Centrão” e a ida do senador e líder do grupo, Ciro Nogueira, para a Casa Civil. Segundo o chefe do Executivo, o bloco inclui a maioria dos parlamentares e que, sem esse apoio, ele não consegue aprovar nada no Congresso.
Por fim, ele foi questionado sobre o passado de seu escolhido para a Casa Civil, que é alvo de investigações em andamento. “Se eu afastar do meu convívio os parlamentares que são réus, ou têm inquéritos, eu perco quase metade do parlamento. Eu sou réu no STF no caso da Maria do Rosário”, disse ele, que finalizou que pessoas só podem ser consideradas culpadas depois de julgadas e condenadas.
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