Jair Bolsonaro (PL), presidente da República, comentou nesta quarta-feira (22) sobre a prisão de seu ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. De acordo com o chefe do Executivo, o ex-número um do Ministério da Educação (MEC) deve responder por eventuais irregularidades à frente da pasta.
“Isso aqui, se tem prisão, é Polícia Federal, é sinal de que a Polícia Federal está agindo. Ele responda pelos atos dele. Peço a Deus que não tenha problema nenhum”, começou Bolsonaro. “Mas, se tem algum problema, a PF está agindo, está investigando, é um sinal que eu não interfiro na PF, porque isso aí vai respingar em mim, obviamente”, completou o chefe do Executivo durante entrevista à “Rádio Itatiaia”.
Assim como publicou o Brasil123, Milton Ribeiro foi preso na manhã desta quarta em sua casa em Santos, no litoral de São Paulo. Ele foi um dos cinco presos em uma operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nos estados de Goiás, São Paulo, Pará e no Distrito Federal.
Com a prisão, Milton Ribeiro deverá ser levado para Brasília, onde deve passar por audiência de custódia ainda nesta quarta. Isso, a menos que a defesa do ex-ministro consiga ter atendido o seu pedido para que o ex-chefe do Ministério da Educação (MEC) permaneça em Santos, e que a audiência seja feita por videoconferência.
De acordo com a Polícia Federal, o ex-ministro está sendo investigado por corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. Essas investigações começaram após um áudio divulgado pelo jornal “Folha de S.Paulo” revelar Milton Ribeiro falando que havia recebido um pedido de Bolsonaro.
Esse pedido seria no sentido de que a liberação de verbas da pasta deveria ser direcionada para prefeituras específicas a partir da negociação feita pelos dois pastores evangélicos que foram presos nesta quarta – nenhum dos dois possui cargos no governo federal.
Em um primeiro momento, o ex-ministro foi defendido por Bolsonaro, que disse que colocaria “sua cara no fogo” por Milton Ribeiro. “O Milton, coisa rara de eu falar aqui. Eu boto minha cara no fogo pelo Milton”, disse o presidente na ocasião, completando que o que estavam fazendo com o ex-chefe da pasta era “uma covardia”.
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