O presidente Jair Bolsonaro afirmou na quarta-feira (15) que o indicado à presidência da Petrobras resolverá a questão dos combustíveis. Trata-se de Caio Mário Paes de Andrade, indicado para o comando da estatal no dia 23 de maio, mas que ainda não assumiu o cargo.
A saber, Andrade será o quarto presidente da estatal no governo Bolsonaro. Ele foi escolhido para substituir José Mauro Coelho, que assumiu o comando da Petrobras em meados de abril. Aliás, o presidente atual ainda não saiu do cargo porque a troca da presidência da empresa ainda precisa passar pela aprovação do Conselho de Administração da Petrobras.
Em entrevista ao “Canal Leda Nagle”, no Youtube, Bolsonaro reclamou da demora na análise dos novos nomes da diretoria pelo conselho. Além disso, aproveitou a oportunidade para afirmar que a Petrobras não deveria reajustas os preços dos combustíveis quando o preço internacional do petróleo subir.
“Nós somos os acionistas com o maior número de papéis, mas não temos este poder de mudar rapidamente. Já estamos há um mês tentando trocar o presidente da Petrobras e ainda não conseguimos”, disse Bolsonaro.
Na entrevista, o presidente da República afirmou que Andrade vai resolver a “questão dos combustíveis”. “Vai ser transparente. Até a questão da PPI, você não precisa reajustar imediatamente quando aumenta o preço lá fora”, afirmou.
Bolsonaro voltou a afirmar que não interfere nos preços da Petrobras, mas que a empresa “está dando dica aí que quer aumentar de novo” o preço nas refinarias. “A Petrobras está tendo lucros extorsivos. Quanto mais o petróleo aumenta lá fora, mais a Petrobras fatura, não podia ser assim”, disse.
Governo tenta evitar um novo reajuste nos preços dos combustíveis
A saber, a equipe econômica do governo federal acredita que a Petrobras elevará os preços dos combustíveis ainda esta semana. Contudo, o governo vem tentando evitar novos reajustes para que a popularidade de Bolsonaro, pré-candidato à reeleição, não seja afetada.
Na verdade, o presidente quer congelar os preços dos combustíveis até as eleições, em outubro. O problema é que a defasagem dos preços do diesel e da gasolina está próxima de 20%. Em suma, a Petrobras está vendendo combustíveis mais baratos que o preço internacional.
Como a estatal se baseia na variação dos preços do barril de petróleo e nas oscilações do dólar, os reajustes acontecem com mais recorrência no Brasil. E Bolsonaro vem tentando evitar que isso ocorra. Por isso que houve a indicação de um novo presidente para a Petrobras e o governo tenta fazer a troca do comando o quanto antes.
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