O presidente da república, Jair Bolsonaro (PL), disse nesta terça-feira (15) que, quando os assuntos são relacionados à política, vai sempre “na contramão” do que diz o ministro da Economia, Paulo Guedes. A declaração do chefe do Executivo foi dada durante cerimônia no Palácio do Planalto.
Na ocasião, ele relembrou que, em 2017, enquanto ainda era deputado federal, costumava receber em seu gabinete Adolfo Sachsida, que hoje é chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia, para receber “as primeiras aulas de economia”.
Na sequência, ele comparou seus conhecimentos econômicos com os de Paulo Guedes sobre a política, dizendo que pede a opinião de Paulo Guedes sobre assuntos relacionadas à política para fazer exatamente o contrário do que o chefe da pasta diz.
“Hoje, eu sei, acho que 10% do que o Paulo Guedes sabe. Assim como ele sabe 10% do que eu sei de política. Quando alguém chega com uma sugestão para política, eu digo: ‘Deixa eu ouvir primeiro o Paulo Guedes. Daí eu vou na contramão do que ele fala para mim’, afirmou o presidente.
Na sequência, além de dizer que ele e Paulo Guedes se completam, o presidente teceu elogios ao ministro, afirmando que o integrante de seu governo atua de forma “bastante vigilante” e com uma “enorme responsabilidade” com relação ao orçamento neste ano eleitoral.
“Ano de eleição é natural muita gente querer entrar no orçamento. O Paulo Guedes tem sido bastante vigilante no tocante a isso e tudo o que faz, faz com uma enorme responsabilidade”, completou o chefe do Executivo.
Bolsonaro fala sobre o IPI
Durante seu discurso, Bolsonaro também comentou sobre a chance de o governo reduzir o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis, das motocicletas e dos produtos da chamada linha branca, como eletrodomésticos.
No mês passado, o presidente assinou um decreto que diminuiu 25% do IPI para uma série de produtos. De acordo com Bolsonaro, existe a chance de que o imposto seja ainda mais reduzido. “Há poucos dias tivemos aqui a questão do IPI, 25%. Há uma possibilidade de reduzir mais ainda para automóveis, motocicletas e produtos da linha branca, mas a área econômica ainda está estudando isso”, contou o presidente.
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