O presidente da república, Jair Bolsonaro (sem partido), fez uma revelação na noite de quinta-feira (14) durante um encontro organizado por uma igreja evangélica em Brasília. Na ocasião, o chefe do Executivo disse que chora no banheiro em casa.
“Cada vez mais nós sabemos o que devemos fazer. Para onde devemos direcionar as nossas forças. Quantas vezes eu choro no banheiro em casa?”, disse o presidente, que afirmou que sua esposa, Michelle Bolsonaro, nunca presenciou tal fato.
“Ela acha que eu sou o machão dos machões. Em parte acho que ela tem razão até”, declarou Bolsonaro no evento, que foi realizado pela igreja Comunidade das Nações.
Ainda durante o encontro, ele explicou que a responsabilidade como presidente é muito maior do que a que ele tinha quando era deputado federal, pois, como parlamentar, ele era apenas mais um no meio de tantos.
“O que me faz agir dessa maneira? Eu não sou mais um deputado. Se ele errar um voto, pode não influenciar em nada. Um voto em 513. Mas uma decisão minha mal tomada, muita gente sofre. Mexe na bolsa, no dólar, no preço do combustível”, afirmou.
Bolsonaro em busca dos evangélicos
De acordo com as informações, Bolsonaro está tentando reforçar seus laços com as bases evangélicas, já de olho nas eleições de 2022. Tal fato acontece porque, segundo seus auxiliares, existe uma preocupação devido às investidas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que parece querer abrir diálogo com o público evangélico, uma das principais bases de Bolsonaro.
Nesta quinta (14), além de revelar que chora no banho, o presidente voltou a defender temas conservadores e criticar as medidas de isolamento social adotadas para evitar a disseminação da Covid-19.
Em dado momento, Bolsonaro foi aplaudido ao mencionar que o ministro da Educação, durante o governo PT, era o petista Fernando Haddad e, hoje, o chefe da pasta é Milton Ribeiro, um pastor evangélico, o mesmo que, recentemente, afirmou que as universidades deveriam ser para poucos e que alunos com deficiência “atrapalham” os demais estudantes.
“Olha, aquele partido [PT] que esteve com o MEC entregue por 12 anos a uma pessoa [Fernando Haddad], que ficou para trás comigo no segundo turno. E hoje nós temos um pastor no MEC”, disse Bolsonaro, que finalizou voltando a mencionar que atua nas “quatro linhas da Constituição”, mas que não pode aceitar nenhuma pessoa que jogue fora delas.
“Eu jogo dentro das quatro linhas [da Constituição], mas também não podemos aceitar que nenhuma pessoa jogue fora das mesmas. Os três Poderes são independentes e harmônicos […] Mas o Executivo tem que estar na frente para tomar as decisões. A gente não pode o tempo todo ser tolhido, impedido, por qualquer coisa, de prosseguir na nossa missão”, disse o chefe o presidente.
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