Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República, voltou a comentar sobre o julgamento em que ele é réu no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – a ação em questão pode lhe custar a inelegibilidade pelos próximos oito anos em caso de condenação, impossibilitando, desta forma, que ele tente derrotar o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para voltar ao Palácio do Planalto.
De acordo com o ex-chefe do Executivo, ele espera que algum ministro peça vista do tema, isto é, mais tempo para analisar o assunto, suspendendo, assim, a análise do caso.
Inelegível ou não? 47% dos eleitores defendem condenação de Bolsonaro
O julgamento tem como base uma ação que trata da reunião que Bolsonaro teve com embaixadores em Brasília. Na ocasião, o então presidente atacou a credibilidade da urna eletrônica e do sistema eleitoral brasileiro. Nesta sexta-feira (23), além de falar sobre a suspensão, Bolsonaro também elogiou o ministro Raul Araújo, do TSE.
De acordo com o ex-presidente, que deu sua declaração em entrevista à “Rádio Gaúcha Atualidade”, essa esperança para um pedido de vista vem justamente do ministro em questão – a suspensão atrasaria o julgamento, frustrando, desta forma, os planos de Alexandre de Moraes, presidente do TSE, de concluir o julgamento ainda neste primeiro semestre.
Raul Araújo, conhecido por ser um jurista que tem bastante apego à lei, será o segundo a votar – o primeiro será o relator do caso, Benedito Gonçalves. De acordo com informações do canal “CNN Brasil”, existe, de fato, a possibilidade de um pedido de vista. Hoje, os ministros mais alinhados a Bolsonaro no TSE são Nunes Marques, indicado pelo ex-presidente, e Raul Araújo.
No passado, os dois proferiram decisões benéficas a Bolsonaro – agora, a defesa do ex-presidente espera que um deles peça vista e suspenda o julgamento. Nesta sexta, o ex-chefe do Executivo afirmou que não quer discutir a possibilidade de ficar inelegível. Nesse sentido, Bolsonaro afirmou que “enquanto condições físicas e mentais permitirem”, ele vai “fazer política”. “Até lá, quero continuar colaborando com o Brasil”, disse.
Assim como publicou o Brasil123, o julgamento começou na quinta-feira (22) e está suspenso até a próxima terça-feira (27). O Ministério Público Eleitoral (MPE) já argumentou que a reunião com embaixadores foi uma “manobra eleitoreira” e defendeu a inelegibilidade de Bolsonaro, que assim como explicado, pode ficar inelegível pelos próximos oito anos por abuso de poder político por conta do encontro com os embaixadores em 2022.
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