O presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil deverá apresentar um processo de deflação para os próximos meses. Apesar disso, o fenômeno é bastante raro no Brasil. A última vez que a economia viu essa realidade foi em 2020, auge da pandemia. Apesar disso, a notícia não é ruim. Pelo contrário: no atual cenário, uma diminuição de preços seria uma excelente notícia para toda a população.
Isso porque o termo deflação significa que a média dos preços de uma economia caiu. Com isso, os produtos ficam mais acessíveis aos trabalhadores, que podem ver um leve aumento de poder de compra.
O que é deflação?
Em termos simples, deflação é a diminuição geral dos preços de uma economia. Isso quer dizer que o pão, o arroz, o feijão, o macarrão e outros produtos ficam mais baratos. Mesmo que pareça uma excelente notícia à primeira vista, nem sempre isso é bom. Apesar disso, no atual cenário, esse acontecimento seria saudável e até mesmo desejado pelos economistas.
Isso porque a deflação normalmente está ligada a uma economia mais parada, com desemprego alto e problemas para gerar renda para os mais pobres. Quando um processo deflacionário acontece, normalmente a situação é ruim. Contudo, o atual cenário é diferente.
Isso porque, caso isso aconteça, não será sinal de problemas na economia. Pelo contrário: o Brasil vem criando empregos, está com um PIB positivo e está bastante próximo de ter uma inflação controlada. Por isso, a deflação seria resultado dos sucessivos cortes do ICMS das telecomunicações, dos transportes e dos combustíveis. Com esse corte, o valor final ao consumidor ficou menor. Soma-se a isso o fato de que o preço do petróleo caiu no mercado internacional, o que também alivia o bolso do consumidor. Segundo o presidente Jair Bolsonaro, o movimento deve acontecer a partir de agosto.
A fala foi relacionada à aprovação da PEC
Bolsonaro afirmou que a deflação acontecerá em um contexto em que comentava a aprovação da PEC Kamikaze, chamada assim pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. O pacote prevê o aumento relevante em gastos públicos, principalmente com programas sociais. A medida afeta os beneficiários do Auxílio do Brasil, mas também cria novos programas.
Com isso, o presidente afirma que a deflação permite um maior gasto público. Apesar disso, especialistas dizem que um assunto não possui correlação com outro nesse momento. Pelo contrário, economistas acreditam que o aumento dos gastos aumentam os preços, gerando inflação. Apesar disso, os efeitos não devem ser relevantes, dado que o projeto valerá apenas até dezembro, quando acaba o atual mandato do presidente.
Além disso, um processo de deflação não quer dizer que todos os produtos ficam mais baratos. Na verdade, alguns produtos básicos podem ficar ainda mais caros. É o caso do leite, que tem o aumento de preços relacionado à falta de chuvas e à baixa produção. Com isso, esse produto deve ficar em patamares altos. Além disso, o óleo de soja deve seguir a mesma tendência.