Ontem (12), o candidato à presidência da república, Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) visitou o Complexo do Alemão, favela do Rio de Janeiro, onde posou para fotos com seus apoiadores. Entre os apoiadores de Lula, estava presente no evento o ator e modelo Diego Raymond, conhecido como “Mister M”, preso em 2010 por associação ao tráfico de drogas e apontado como o braço-direito de Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, chefe da facção.
Represália de bolsonaristas
Pelas redes sociais, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, começaram a espalhar mensagens de ódio contra Raymond e ameaçá-lo de várias maneiras. Como resultado, conforme a ferramenta Google Trends, as buscas por “Lula M”, “Lula traficante”, “Lula traficante Mister M” e outras 14 variações referentes ao caso aumentaram mais de 5.000%.
“É simplesmente vergonhoso ver um candidato subir o morro e bater continência para traficantes. Mister M é um assassino cruel”, escreveu um usuário do Twitter. Outro comentou: “O ‘cidadão’ na foto é Mister M, traficante, assassino e eleitor do Lula. Deve ter sido para este que pediram permissão para subir no Complexo do Alemão. Lula vai governar para essa gente. Fato. É seu direito votar no Lula, mas é meu dever mostrar à quem Lula governará”.
Resposta do apoiador de lula
Em resposta, Diego lembrou que depois de nove meses nos presídios de Bangu I e Bangu II, foi solto e absolvido das acusações de tráfico e iniciou sua carreira artística em plena recuperação, tentando viver uma vida digna e combater a discriminação contra negros e pobres. “Vou votar em Lula e contra esses desprezíveis que criminalizam a pobreza”, disse Raymond, acrescentando que seu voto no candidato do PT será para que “a gente ande na rua de cabeça erguida, sabendo que os pobres e negros serão tratados como iguais e que as histórias infantis serão diferentes nas favelas do Rio de Janeiro”, afirmou.
O que mostram os dados atuais
De acordo com um estudo recente da FGV Social, a proporção de pessoas vivendo na pobreza no país passou de 7,6% em 2020 para 10,8% em 2021, equivalente a mais 7,2 milhões de pessoas vivendo na pobreza.
Além disso, novos cálculos do Banco Mundial mostram que em 2020, uma em cada cinco pessoas encontra-se vivendo na pobreza. O resultado foi um terço superior às estimativas anteriores de demais agências. Importante destacar que, apesar da queda, a taxa de desemprego no Brasil chega a 8,9%, o que significa que quase 10 milhões de pessoas não têm fontes de renda para sobreviver em uma economia abalada.
A situação é ainda mais complexa, se considerarmos que cerca de 40% da força de trabalho brasileira é composta por trabalhadores informais, a maioria vivendo em condições precárias. Em suma, de acordo com as propostas apresentadas por Lula sobre o tema, a geração de emprego e renda será composta por investimento em obras e no Minha Casa Minha Vida, apoio aos pequenos e microempresários e valorização do salário mínimo.