As bolsas europeias encerraram o primeiro pregão desta semana no azul. Em suma, os principais índices acionários locais repercutiram as recentes e recorrentes elevações dos rendimentos do Tesouro americano. No entanto, o pessimismo com essas altas exerceu menos influência que as ações dos bancos, que avançaram no dia. Além disso, o ânimo de muitos investidores ficou elevado com o pacote trilionário de estímulos para a economia norte-americana.
Em resumo, o pregão de hoje (8) repercutiu, mais uma vez, a elevação dos rendimentos dos Treasuries, os títulos do Tesouro dos EUA. O presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, Jerome Powell, afirmou na última quinta (4) que a inflação provavelmente não irá subir nos próximos meses. Ele também destacou que essa alta dos rendimentos era temporária e que não alteraria a política monetária do Fed. Dessa forma, os juros não devem subir, pelo menos não enquanto a economia dos Estados Unidos não mostrar fortes sinais de recuperação.
Mas isso não animou muito os operadores, que ouvem isso há semanas e não veem mudanças. Assim, a alta dos rendimentos atrai dinheiro para os títulos, em detrimento das ações que compõem as bolsas de valores, pois eles são menos arriscados, ou seja, os papéis das bolsas tendem a cair.
Apesar dessa notícia negativa, outro fator, também vindo dos Estados Unidos, exerceu ainda mais influência no pregão, mas de maneira positiva. O pacote de estímulos fiscais nos EUA recebeu mais uma aprovação, agora do Senado americano. Por isso, está cada vez mais próximo de sua implementação. Em síntese, o programa contará com cheques diretos à população afetada pela pandemia da Covid-19 nos EUA. A propósito, o aumento no ritmo das campanhas de vacinação em diversos países elevam os ânimos dos investidores. Aliás, a recuperação da economia global também aumenta o otimismo geral.
Veja as principais variações dos índices europeus
Neste cenário, o otimismo prevaleceu e as principais bolsas da Europa encerraram a sessão no azul. O índice Stoxx Europe 600 disparou 2,10%. Aliás, os ganhos atingiram todos os principais índices, muitos deles puxados pelas ações dos bancos, que na última sexta (5) já haviam se destacado no pregão. A título de curiosidade, o Stoxx engloba 600 empresas de 18 países europeus, de pequeno, médio e grande porte, representando certa de 90% das empresas europeias que estão listadas em bolsas de valores.
O maior avanço no dia veio do índice DAX, em Frankfurt (3,31%). A alta foi puxada pela dispara das ações do Deutsche Post (6,48%), empresa alemã de serviços postais e de entregas expressas, e do Deutsche Bank (4,28%), maior banco do país. Em seguida, vieram os índices Ftse/Mib, em Milão (3,12%), e o CAC-40, em Paris, (2,08%).
Por fim, com uma alta um pouco menor, ficou o índice Ibex-35, em Madrid (1,90%), puxado pelas ações do Banco de Sabadell, que dispararam 6,98%. E o índice FTSE 100, em Londres, teve o avanço menos expressivo do dia (1,34%).
LEIA MAIS
Balança comercial fecha primeira semana de março com déficit de US$ 427 milhões
Índices asiáticos caem, pressionados por alta dos juros americanos