O ministro da Educação, Camilo Santana, disse nesta quinta-feira (19/01) que o aumento das bolsas prometido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) será concluído até o final de janeiro.
É importante ressaltar que as bolsas não são reajustadas há 10 anos e, quando reajustadas, todas as bolsas ficaram abaixo da inflação. O período com mais ajustes ocorreu entre 2004 e 2008, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Pronunciamento do Ministro da Educação
A ideia, segundo Camilo Santana, é que até o final do mês o presidente anuncie o reajuste nas bolsas da Capes e do CNPQ. “Isso valerá a partir do anúncio”, disse o ministro da Educação após reunião com reitores de universidades e institutos federais, que contou com a presença do presidente Lula. “Desde 2013 não há reajuste das bolsas da Capes e do CNPQ. O presidente já tem determinado estudo e avaliação nesse sentido”, afirmou.
Importante destacar que, atualmente, a bolsa de mestrado é de R$ 1,5 mil e a de doutorado, R$ 2,2 mil, evidenciando a defasagem em comparação com o salário mínimo nacional. “O MEC estará de portas abertas para o diálogo, união, reconstrução porque houve um desmonte. Estamos na terceira semana, estamos tomando pé, mas estou impressionado com o desmonte que fizeram na educação pública desse país”, declarou o Ministro da Educação.
Desafios para o Ministério da Educação
Na reunião com reitores de universidades e institutos federais, o Ministro da Educação destacou os desafios para os próximos anos, sendo eles:
- Diminuição na evasão nas escolas e universidades;
- Ampliação e oferta de vagas e acesso a alunos das universidades;
- Fortalecimento e respeito à autonomia das universidades, aceitando todos os reitores nomeados pela comunidade acadêmica;
- Retomar as obras paralisadas, da creche até o campus;
- Reajuste das bolsas da Capes e do CNPQ.
Impacto na produção científica
A falta de reajuste nas bolsas de pós-graduação acarreta principalmente na diminuição de novos talentos para produção científica, que por sua vez, têm impactos gigantescos no desenvolvimento do país em diversas vertentes. Em resumo, a qualidade dos trabalhos publicados é, sem dúvida, um insumo importante para melhorar a reputação de um cientista. No entanto, com bolsas incapazes de fornecer o suporte necessário, muitos se veem ‘empacados’, tendo que buscar trabalho informal, afetando indiretamente suas produções científicas.
Em suma, vale ressaltar que o último reajuste realizados por um Ministro da Educação foi durante o governo Dilma Rousseff, quando a bolsa de mestrado foi aumentada para R$ 1.500 e a de doutorado para R$ 2.200, valor que se mantém até hoje.