O mundo continua atento aos desdobramentos da invasão da Rússia a Ucrânia. Nesta terça-feira (1º), a guerra chegou ao seu sexto dia, com centenas de mortos e feridos. E a expectativa de elevação da inflação global com a guerra derrubou as bolsas americanas.
A saber, o índice Dow Jones, que reúne os papéis da chamada “velha economia”, caiu 1,8%. Aliás, este índice tem forte peso de exportadoras e bancos tradicionais, setores diretamente atingidos pela guerra no leste europeu.
Da mesma forma, os outros dois principais índices acionários da Bolsa de Nova York também acabaram caindo no pregão de hoje. Em suma, o S&P 500, que engloba as 500 ações mais relevantes de Nova York, recuou 1,6% na sessão. O índice Nasdaq, formado pelas grandes empresas de tecnologia, também recuou 1,6% no dia.
Vale destacar que os papéis de tecnologia, que vêm acumulando perdas mais intensas que os demais, sofreu menos nesta terça devido à queda dos títulos americanos. Em resumo, estes títulos estão com os rendimentos em baixa, ou seja, exercem menor pressão para o avanço dos juros, que afeta fortemente os papéis de tecnologia.
No entanto, esta recente queda dos títulos americanos não significa dizer que os juros nos Estados Unidos não subirão. Na verdade, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, deve promover a primeira alta dos juros agora em março. A expectativa é de cinco avanços no decorrer de 2022, ou seja, o alívio dos papéis de tecnologia deve durar pouco.
Inflação em alta derruba bolsas americanas
A população norte-americana vem sofrendo com a maior inflação dos últimos 40 anos. Por isso que o mercado elevou de três para cinco as projeções para as altas de juros no país em 2022. Contudo, o início da guerra no leste europeu fez o mundo se preocupar ainda mais com a inflação global.
Em síntese, a pandemia da Covid-19 provocou o aumento dos preços de diversos bens e serviços. Além disso, as baixas taxas de juros adotadas por muitos países durante a crise sanitária ajudaram a impulsionar a inflação global. Como diversas nações conseguiram voltar aos seus números antes da pandemia, decidiram elevar os juros para tentar segurar a taxa inflacionária.
A saber, o presidente do Fed, Jerome Powell, participará de uma audiência semestral nesta quarta-feira (2) na Câmara dos Representantes dos EUA. Os investidores esperam ansiosos por esse evento para tirarem dúvidas sobre a atuação do Fed em relação à política monetária do país.
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