O governo federal tem a intenção de direcionar uma parte da “sobra” de R$ 9,4 bilhões do Bolsa Família em 2021 para programas assistenciais no Nordeste, ainda este ano.
A equipe do presidente Jair Bolsonaro deve, então, fomentar ações como a compra de alimentos e construção de cisternas na região.
A saber, de acordo com análise do governo, cerca de 68% das famílias brasileiras com dificuldade de acesso à água estão na região Nordeste, onde 43% dos municípios demandam recursos para a compra de alimentos.
Entenda a “sobra” do Bolsa Família
O saldo de 9,4 bilhões de reais do Programa Bolsa Família (PBF) foi possível por conta do crédito extraordinário destinado ao auxílio emergencial.
Isso porque, aqueles inscritos no PBF, que passariam a receber um valor maior com o auxílio emergencial, passaram temporariamente para esse programa, o que permitiu uma economia no Bolsa Família.
Lembrando que ao término do auxílio emergencial, esses inscritos retornam automaticamente para o Bolsa e dali por diante retornam com os seus recebimentos pelo programa habitual.
Aplicação do valor
O ministro da Cidadania, João Roma, já tinha mencionado em junho deste ano que o saldo restante do programa de renda mínima seria destinado aos programas sociais.
Segundo informações do governo, R$ 1,5 bilhão deverá ser disponibilizado emergencialmente para compra de alimentos até dezembro.
Para isso, foi realizado um mapeado das pessoas em situação de extrema pobreza em municípios em situação emergência ou calamidade. Uma parte dos recursos, em menor escala, deverá ser destinada, também, a indígenas e quilombolas.
No entanto, nem todo o montante será destinado às ações assistenciais, uma vez que a maior parte do saldo deverá ser utilizada no novo programa de renda mínima, o Auxílio Brasil, que substituirá o Bolsa Família em novembro, de acordo com a projeção do governo.
Ao que parece, de acordo com informações do Ministério da Economia, R$ 7,7 bilhões da sobra deverá ser destinada para o novo programa, que contará.
Segundo o Ministério da Cidadania, a proposta de redirecionamento do orçamento de “sobra” do Bolsa Família ocorreu em razão dos efeitos da pandemia que afetaram essas regiões de tal forma que apenas as políticas transferência de renda, não têm se mostrado eficazes:
“O remanejamento poderá promover o incremento de recursos em áreas com alto impacto nas condições de vida das famílias que mais precisam”, diz a pasta.
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