Com a implementação do Auxílio Brasil, novo programa social no qual o governo federal trabalha para substituir o Programa Bolsa Família (PBF), cerca de 5,4 milhões de inscritos do PBF podem ter como impacto uma redução no valor recebido do benefício.
Isso porque uma parcela de 37% do total de 14,7 milhões de beneficiários podem ser atingidos por essa medida, de acordo com matéria publicada no jornal Estado de S.Paulo.
Auxílio Brasil e o Benefício Compensatório
Projetando essa situação, e como forma de atenuar a diminuição do valor, o Programa Auxílio Brasil contempla o chamado Benefício Compensatório de Transição.
Tal medida será aplicada para as famílias inscritas do Bolsa Família que perderem parte do valor recebido após o enquadramento no Auxílio Brasil. Assim, será concedido um valor no período de implementação do novo programa, e mantido até que haja acréscimo no valor recebido pela família ou até que não se enquadre mais nos critérios de elegibilidade.
Perda do poder de compra com o Bolsa Família
A inflação, sem dúvida, tem afetado imensamente os cidadãos, em especial, os mais vulneráveis, beneficiários de programas sociais de transferência de renda.
De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF) possuem o pior poder de compra com a alta da inflação.
Em relação à cesta básica, os números mostram que a média do valor do benefício, atualmente em R$ 189, é suficiente para comprar apenas 30% dos itens que compõem uma cesta básica.
Auxílio emergencial
Já em relação ao auxílio emergencial, houve uma queda de quase 78,7% no poder de compra da cesta básica em São Paulo, tanto pela diminuição do valor do benefício, como por consequência da inflação.
Esse foi o resultado de um levantamento realizado pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made) da USP, divulgado pelo UOL.
De acordo com a pesquisa, no lançamento do programa, em abril de 2020, com o valor de R$ 600 da parcela, era possível comprar uma cesta completa de itens essenciais para a alimentação familiar ao custo de R$ 556,25.
No entanto, com o valor atual, com parcelas que variam entre R$ 150 a R$ 375, aliado ao aumento da cesta básica em cerca de 16,9%, com o valor mínimo de R$ 150, é possível comprar apenas o equivalente a 23% de uma cesta, ao custo atual de R$ 650,50, de acordo com dados de agosto de 2021.
Tal mudança representa uma queda no poder de compra com o auxílio emergencial de até 78,7% na região metropolitana de São Paulo.
A saber, para manter o mesmo poder de compra apresentado em 2020, com as variáveis já mencionadas, o auxílio hoje deveria ser de R$ 701,66.
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