Nesta sexta-feira (29), cerca de 1 milhão de brasileiros receberam a sua última parcela do Programa Bolsa Família (PBF). Após 18 anos, o programa de transferência de renda será extinto pela Medida Provisória 1.061, que cria o Programa Auxílio Brasil.
Oficialmente, o Programa Bolsa Família (PBF) termina apenas na próxima semana, ocasião na qual a lei que o criou será revogada.
Auxílio Brasil, o novo Bolsa Família
Com o término do programa, cerca de 14,9 milhões de pessoas estão na expectativa do que os espera com a implantação do Auxílio Brasil, cujos pagamentos devem iniciar em novembro, de acordo com o anúncio do governo.
No entanto, o valor de R$ 400 que tinha sido anunciado pelos ministros e pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, virá apenas no mês de dezembro. Em seu primeiro mês de execução, o Auxílio Brasil aplicará somente o reajuste de 20% que havia sido sinalizado.
PEC dos Precatórios
O novo secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, afirmou nesta sexta-feira (29) que, sem a aprovação da PEC dos Precatórios, o governo só consegue atualizar o valor neste ano pela inflação, chegando a um benefício de 220 reais.
Hoje, o benefício médio pago pelo programa é de cerca de 190 reais.
Em coletiva de imprensa, Colnago frisou que a PEC é necessária para que o Auxílio Brasil, como foi rebatizado o Bolsa Família pelo governo Jair Bolsonaro, possa ir a R$ 400 nos meses de novembro e dezembro, como prometido pelo presidente.
Mais sobre o Bolsa Família
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado em 2019 apontou que, em 2017, as transferências do programa retiraram 3,4 milhões de pessoas da pobreza extrema e outras 3,2 milhões da pobreza.
E, de 2001 a 2015, o programa respondeu por uma redução de 10% da desigualdade no país.
Contudo, nos últimos anos, o benefício passa por forte defasagem, uma vez que o último reajuste foi em 2017.
De acordo com o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Neri, o Bolsa Família precisaria hoje de um reajuste de 32,2% apenas para recuperar as perdas desde 2014, isto é, mais do que os 20% anunciados para o Auxílio Brasil.
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