A CPI da Covid-19 terá o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos como um dos investigados, informou na quarta-feira (06) o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão que apura as ações e omissões do governo federal durante a pandemia.
Allan dos Santos entrou no rol de investigados porque a CPI constatou que políticos, empresários e sites criaram uma rede de disseminação de fake news. Conforme as diligências, esse esquema começou antes da pandemia, mas ganhou força durante ela.
De acordo com a comissão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, do PSL, trabalhou para conseguir financiadores para o grupo. Um deles foi o dono das lojas Havan, Luciano Hang, que conforme mostrou o Brasil123, teria tido contado com Allan dos Santos durante uma negociação para patrocinar o site do blogueiro.
De acordo com o parlamentar, além de Allan dos Santos, outras três pessoas deixaram de ser testemunhas e se tornaram investigados na CPI da Covid-19, sendo elas:
- Otávio Fakhoury, empresário;
- Danilo Trento, diretor institucional da Precisa Medicamentos;
- E Marcos Tolentino, que é empresário, dono de uma rede de televisão e acusado de ser “sócio oculto” do FIB Bank, uma instituição que concedeu uma carta-fiança no contrato da vacina indiana contra a Covid-19, a Covaxin.
Investigados na CPI
Ao todo, agora, a CPI da Covid-19 conta com 36 nomes em sua lista de investigados. De acordo com Renan Calheiros, estar nessa lista não é uma certeza de que a pessoa será indiciada, mas sim um “indício”. “Estar na relação como investigado é um bom indício para que essas pessoas sejam responsabilizadas”, disse o relator
Atualmente, o senador está preparando o relatório final da comissão. Segundo ele, a expectativa é que o documento seja apresentado aos senadores já na próxima semana. “A leitura do documento está prevista para o dia 19 de outubro, e a votação, no dia 20”, informou ele, que finaliza dizendo que a lista de pedidos de indiciamento pode atingir até 50 pessoas.
Leia também: Senadores pedem representação contra juíza que chamou CPI da Covid de “circo”