Com a nomeação de Aloizio Mercadante para o comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), muito se fala da política externa do Brasil nos próximos 4 anos. Isso porque a diferença entre os dois presidentes, Bolsonaro e Lula, é bastante relevante. Nesta semana, o portal Bloomberg afirmou que o banco brasileiro voltará a financiar obras no exterior, começando pela Argentina.
Contudo, há pagamentos de empréstimos anteriores que ainda não chegaram ao Brasil. Em novembro deste ano, o Minsitério da Economia informou que a Venezuela deve US$ 1,225 bilhão para o país, o que dá aproximadamente R$6,3 bilhões.
BNDES voltará a financiar obras no exterior
Muito comum nos últimos governos petistas, o BNDES deve voltar a financiar obras no exterior. Com melhores relações com os países do Mercosul, o Brasil deve adotar uma postura, nos próximos 4 anos, de liderança internacional em relação ao bloco. Durante o governo de Jair Bolsonaro, a política externa se voltou para países desenvolvidos.
Economistas dizem que a política adotada por Lula sempre foi essa e analisam as vantagens e as desvantagens. Enquanto o Brasil adotar uma política de liderança no Mercosul, consegue ter maior poder de negociação com o bloco, o que é positivo para a importação de produtos estratégicos para o país, que podem ficar mais baratos. Contudo, se voltar para os países da América do Sul pode gerar entraves com os países desenvolvidos, o que não é uma boa notícia para o país. Por conta disso, o BNDES deve voltar a ser protagonista na economia brasileira, diferentemente da postura adotada nos últimos 4 anos.
Apesar diso, Haddad, ministro da Fazenda, disse que uma de suas prioridades é finalizar o acordo entre Mercosul e União Europeia. Isso significa uma atenção ainda maior ao bloco europeu, onde o BNDES não tem papel relevante.
Venezuela deve bilhões ao Brasil
Com os boatos de que o BNDES vai financiar obras na Argentina, economistas voltaram a estudar os balanços dos empréstimos passados. Dessa forma, observou-se que a Venezuela deve algo em torno de R$6,3 bilhões ao Brasil, um dinheiro que anda fazendo falta.
Isso porque o atual governo, de Jair Bolsonaro, reconhece Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela. Contudo, quem tem acesso aos cofres públicos do país é Nicolás Maduro, que lidera o país desde 2013. Em 2019, foi reeleito em uma eleição considerada suspeita pela oposição venezuelana e por alguns organismos internacionais, o que afetou diretamente o BNDES.
Isso porque o atual governo notifica o escritório de Juan Guaidó em relação à dívida com o país. Contudo, o fato de ele não ter acesso aos cofres públicos impede o pagamento da dívida. Segundo especialistas, o novo governo deve manter relações com Nicolás Maduro, o que aumentam as chances de pagamento nos próximos anos.
Porém, de acordo com o próprio site do BNDES, o Brasil obteve lucro com os empréstimos feitos a outros países. No total, foram R$10,5 bilhões emprestados, com um retorno de R$12,7 bilhões. Além disso, economistas relembrar que os empréstimos possuíam condições específicas que fomentavam a industrialização no Brasil.