O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) encerrou o terceiro trimestre deste ano com um lucro líquido de R$ 11,3 bilhões. O valor corresponde a um crescimento de 29% na comparação com o mesmo período de 2020 (R$ 8,76 bilhões).
A saber, o resultado foi alcançado, principalmente, devido à reversão de provisão para perdas em investimentos de R$ 5,4 bilhões por impairment (redução do valor contábil de um ativo) das ações da Petrobras. No entanto, isso tem apenas efeito contábil.
Além disso, o BNDES citou a receita com dividendos e juros sobre capital próprio, que totalizou R$ 2,1 bilhões, e o resultado positivo de equivalência patrimonial, somando R$ 1,8 bilhão no trimestre, basicamente de JBS, segundo o banco.
Com isso, o BNDES agora acumula um lucro líquido de R$ 26,4 bilhões nos três primeiros trimestres deste ano. Isso corresponde a um crescimento de 93% na comparação com o mesmo período de 2020.
Em resumo, o resultado acumulado em 2021 recebeu forte impulso da venda de ações da Vale e Klabin, que contribuíram com um lucro líquido de R$ 6 bilhões e R$ 1 bilhão, respectivamente. “Essas operações de desinvestimento seguem a estratégia de diminuir o risco da exposição da carteira de participações acionárias do banco”, explicou o BNDES, em comunicado.
Ao mesmo tempo, a venda de debêntures da Vale contribuiu em R$ 2,1 bilhões do banco. Enquanto isso, a receita com dividendos/JCP totalizou R$ 4,1 bilhões, com destaque para Petrobras, Eletrobras e Copel. A equivalência patrimonial também gerou um resultado positivo em R$ 3,2 bilhões, principalmente com a JBS.
Confira mais detalhes do desempenho do BNDES no trimestre
De acordo com o balanço trimestral da BNDES, o produto de intermediação financeira atingiu a marca de R$ 15,4 bilhões entre janeiro e setembro deste ano. Isso representa um aumento de 41,1% no comparativo com os nove primeiros meses de 2020.
Já a carteira de crédito expandida totalizou R$ 446,3 bilhões no terceiro trimestre, alta de 1,8% em relação ao trimestre anterior. Segundo o BNDES, o grande destaque ficou com o aumento de 74% dos desembolsos no comparativo trimestral.
Aliás, o banco revelou que 43,8% dos R$ 21,8 bilhões se destinaram às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). Em relação aos setores, o maior destaque no trimestre foi o de infraestrutura (R$ 9,3 bilhões), seguido pelo agropecuário (R$ 6,3 bilhões).
Já a inadimplência de mais de 90 dias continuou baixa no trimestre. Em suma, o indicador oscilou de 0,19% em 30 de junho de 2021 para 0,23% em 30 de setembro de 2021.
Por fim, o patrimônio líquido do banco atingiu R$ 119,1 bilhões, queda de 2,6% em relação ao segundo trimestre deste ano.
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