O bitcoin teve o pior início de ano dos últimos tempos. A maior e mais famosa criptomoeda do planeta acumulou mais de 19% de perdas em janeiro de 2022. A saber, esse é o maior recuo no primeiro mês de um ano desde 2018, quando a moeda digital afundou 29%.
Além disso, o tombo em janeiro sucede o recuo semelhante observado em dezembro de 2021, de 19%. Aliás, o bitcoin estava cotado a US$ 38.512,70 à meia-noite desta terça-feira (1º). Esse nível representa um tombo de 43,9% em relação ao recorde registrado em novembro do ano passado (US$ 68.643,10).
Em suma, diversos fatores vêm enfraquecendo o bitcoin nas últimos semanas. O primeiro deles é a escalada da tensão global nos últimos dias. O mercado está atento à iminente invasão da Rússia à Ucrânia, ação que poderá afetar todo o planeta.
Os protestos violentos no Cazaquistão também enfraqueceram o bitcoin em janeiro, visto que o Cazaquistão é o segundo maior minerador mundial da moeda, respondendo por 16% de toda a mineração global.
Por falar nisso, mineração é o processo pelo qual se extrai um bitcoin por meio de uma série de cálculos bastante complexos para confirmar ou validar as transações realizadas.
Seja como for, todos estes conflitos globais afetam fortemente o mercado de criptomoedas. Nesse cenário, o bitcoin é considerado um ativo de proteção contra as fortes oscilações que ocorrem no mercado. No entanto, a maior criptomoeda não está conseguindo se manter firme nos últimos meses.
Alta dos juros nos EUA também enfraquece o bitcoin
Em janeiro, o mercado também ficou bastante atento ao Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA. Em resumo, o Fed manteve a taxa de juros estável entre 0% e 0,25% no país. Contudo, o banco sinalizou que os juros subirão no país em março devido à inflação elevada, que alcançou o maior patamar em quase 40 anos.
A saber, quanto mais altos os juros, mais os investidores migram para ativos tradicionais, deixando as criptomoedas de lado. Isso acontece porque os juros mais elevados tornam os títulos soberanos do país mais rentáveis e atrativos, e os títulos americanos são considerados o ativo mais seguro do planeta.
Nesse cenário, os operadores não precisam buscar ativos mais arriscados, como as criptomoedas, quando podem ter boa rentabilidade com ativos seguros. E o resultado é o tombo ainda mais acentuado do bitcoin.