O presidente Joe Biden e o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, chegaram a um “acordo em princípio” para aumentar o teto legal da dívida nos EUA, mas agora o Congresso deve aprovar rapidamente o pacote de cortes de gastos a fim de evitar um default potencialmente desastroso para a economia americana.
Joe Biden e McCarthy estiveram em um telefonema de 90 minutos no início da noite de sábado, a fim de discutir o acordo. “Eu acabei de sair de uma ligação com o presidente. Depois de ele ter desperdiçado tempo e se recusado a negociar por meses, nós chegamos a um acordo preliminar que é digno do povo americano”, postou McCarthy no Twitter.
Sobre o acordo nos EUA
A peça central do pacote é um orçamento que teria um nível de gastos inalterado nos próximos dois anos, seguido de um aumento de 1% no ano seguinte. Em troca disso, o limite da dívida nos EUA terá um aumento pelos próximos dois anos, empurrando a questão política para além da próxima eleição presidencial.
Tentando promulgar requisitos mais rigorosos para a assistência do governo, os republicanos conseguiram algumas, mas não todas as coisas que desejavam. O acordo aumentará a idade de aposentadoria para trabalhadores saudáveis e sem filhos, sendo de 49 para 54 anos, mas Biden conseguiu obter isenções para veteranos e sem-teto.
“Nós ainda temos mais trabalho a fazer esta noite para terminar de escrever o acordo”, disse o republicano a jornalistas. McCarthy afirmou que espera terminar de escrever o projeto de lei no domingo, depois falar com Biden e votar a peça na quarta.
Congresso dividido
O acordo ainda precisa receber a aprovação do Congresso dividido, e McCarthy provavelmente precisará de algum apoio dos membros democratas para a proposta ser aprovada na Câmara, dada a estreita maioria dos republicanos na Câmara dos Deputados.
Vale destacar que McCarthy tem apenas uma maioria republicana na Câmara, impulsionada por conservadores de extrema-direita que podem resistir a qualquer acordo tão insignificante quanto uma tentativa de cortar gastos. Contudo, ao se comprometer com os democratas para ganhar votos, ele arrisca perder o apoio de sua própria base, estabelecendo um período desafiador na carreira do novo presidente.
Economia americana em perigo?
A última vez que os EUA experimentou um cenário de inadimplência foi em 2011, com Washington tendo um presidente democrata e um Senado e uma Câmara liderados pelos republicanos. Apesar disso, o Congresso acabou evitando a inadimplência, mas a economia resistiu a fortes flutuações, incluindo a primeira queda na classificação do crédito americano, acompanhada de uma grande liquidação no mercado acionário.
Em suma, os americanos e o mundo observavam inquietos as negociações arriscadas que poderiam lançar os EUA e a economia global no caos e minar a confiança mundial na liderança do país.