Nesta segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu indícios que seria capaz de empregar força militar para defender Taiwan, caso a ilha seja atacada pela China. “Esse é o compromisso que assumimos”, disse o presidente americano a repórteres japoneses em Tóquio.
“Nós concordamos com a política de Uma China. Aderimos a ela, e todos os acordos resultantes feitos a partir daí, mas a ideia de que Taiwan pode ser tomada à força, é (simplesmente não) apropriada”. Ainda segundo Joe Biden, a China está “flertando com o perigo” ao realizar voos sobre o território de Taiwan em exercícios militares”.
No entanto, o premiê japonês, Fumio Kishida, “a situação no Estreito de Taiwan não deve mudar” e, por isso, ambos reiteram a importância de manter a ordem internacional”. De acordo com Kishida, “na Ásia, somos contra qualquer mudança de situação pela força. A paz e estabilidade devem ser mantidas”.
Esta não foi a primeira declaração do presidente americano que indicou uma possível intervenção militar dos EUA para defender a ilha de Taiwan em caso de invasão chinesa. Em outubro de 2021, Joe Biden declarou à CNN americana que tinha “um compromisso” com a defesa de Taiwan. Além disso, ele reafirmou o poder militar americano em uma fala que foi interpretada como provocação a adversários geopolíticos. “China, Rússia e o resto do mundo sabem que somos os militares mais poderosos da história”, afirmou o presidente.
Resposta chinesa à Joe Biden
Após as declarações, o Ministério das Relações Exteriores da China informou ainda nesta segunda-feira que os EUA não devem defender a independência de Taiwan. O governo chinês advertiu dizendo que os Estados Unidos estão “brincando com fogo”. Segundo eles, os Estados Unidos estão “usando a ‘carta de Taiwan’ para conter a China, e vão se queimar”.
“Ninguém deve subestimar a firme resolução, vontade e capacidade do povo chinês de defender sua soberania nacional e integridade territorial e não deve se opor aos 1,4 bilhão de chineses”, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores. Ainda, segundo ele, “em questões relacionadas à soberania da China, à sua integridade territorial e outros interesses centrais, a China não dá espaço para concessões”.
A China considera Taiwan uma província rebelde e que deve ser anexada ao país. As tensões na região aumentaram nos últimos meses, principalmente após o início da invasão russa à Ucrânia. No dia da chegada de Joe Biden na Ásia, o país enviou 14 aeronaves para a zona de defesa aérea da ilha, segundo as informações do Ministério da Defesa de Taiwan. A ilha chegou a enviar caças como resposta, mas não houve qualquer conflito.
Ao comentar sobre a polêmica, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin disse que “a política americana sobre a China não mudou” e que Joe Biden apenas reafirmou “o compromisso de fornecer a Taiwan os meios para se defender”.