O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta segunda-feira (19) que os preços mais elevados no país não indicam que a inflação disparará nos próximos meses. Pelo contrário, o democrata ressaltou que “nenhum economista sério” vem sugerindo que a taxa inflacionária no país ficará descontrolada num futuro próximo.
“A maior parte dos aumentos de preços que vemos é previsível e temporário”, afirmou Biden, em discurso na Casa Branca. Ele ainda disse que a reabertura econômica após a pandemia da Covid-19 gera “desafios” para o mundo em relação à oferta de materiais e bens.
“Não é possível relançar a economia mundial e esperar que algo assim (uma elevação dos preços) não ocorra”, ressaltou o presidente. Para basear suas afirmações, ele citou a escassez mundial de microchips, que afetou “a produção de automóveis e fez subir temporariamente o preço dos carros”.
Vale destacar que o mundo vem sofrendo com a falta de semicondutores há meses. Aliás, economistas estimavam que as vendas do setor varejista dos EUA recuaria 0,4% em junho. No entanto, o nível subiu 0,6%, uma vez que a escassez de veículos acabou direcionando os gastos para o setor de serviços.
Declarações de Biden fortalecem falas de Powell da semana passada
No último dia 13, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, afirmou que o Fed continuará oferecendo “apoio poderoso” à economia norte-americana “até que a recuperação esteja completa”.
As declarações ocorreram após a divulgação dos dados da inflação dos EUA em junho. Em suma, o Departamento do Trabalho americano informou que a taxa inflacionária do país subiu 0,9% no mês, superando as expectativas de analistas (0,5%).
Esses dados pegaram os mercados de surpresa, com investidores temendo a antecipação da alta dos juros nos EUA, bem como o encerramento dos estímulos praticados pelo Fed na economia do país. No entanto, Powell afirmou que o Fed não modificará as ações realizadas até o momento, uma vez que a elevação da inflação deverá ser passageira.
Por fim, Powell até reconheceu que os preços estão realmente mais altos do que o esperado. Contudo, ele afirmou que os valores começarão a cair nos próximos meses com a resolução de alguns “gargalos” envolvendo abastecimento de materiais, com os microchips.
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