A deputada federal Bia kicis (PL), aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tendo sido uma das mais atuantes na tentativa de barrar a aplicação da vacina contra a Covid-19 e outras medidas que visavam o combate à pandemia, anunciou nesta quarta-feira (12) que vai cobrar a ministra da Saúde, Nísia Trindade, sobre a vacinação contra dengue no país.
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Presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, Bia Kicis, alvo de inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF) por conta de sua atuação durante a pandemia da Covid-19, incluindo a disseminação de notícias falsas, protocolou um requerimento de sua autoria que visa convocar a ministra a “prestar esclarecimentos”.
De acordo com o documento, Nísia Trindade deve ir ao Senado para explicar a suposta opção da pasta de “preterir a vacina japonesa contra a dengue, autorizada pela Anvisa, em favor de vacina nacional, ainda em produção”.
A votação do requerimento, único item da pauta da comissão, seria votado nesta quarta (12), mas a reunião que havia sido convocada acabou sendo cancelada. Agora, o pedido para que a ministra da Saúde seja convocada deve ser votado apenas em agosto, quando termina o período de recesso do legislativo.
Vacina contra a dengue
Assim como publicou o Brasil123, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, em março deste ano, a vacina Qdenga, do laboratório japonês Takeda, criada contra a dengue e destinada para pessoas de 4 a 60 anos.
As doses já chegaram à rede privada, mas o governo ainda discute com o laboratório a compra para uso na rede pública. Na rede privada, também vem sendo utilizada doses da vacina francesa Dengvaxia, destinada para quem já teve dengue em outras ocasiões.
Há mais de dez anos, o Instituto Butantan desenvolve um imunizante próprio contra a dengue – a expectativa é que os testes do imunizante sejam finalizados em dois anos. A vacina Qdenga, última a ser aprovada, mostrou ter uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo após 12 meses da segunda dose – a vacina também reduziu as hospitalizações em 90%.
Recentemente, o governo brasileiro iniciou conversas com o laboratório japonês para poder debater pontos-chaves para a aquisição do imunizante, como o preço por dose, a capacidade de produção de grandes lotes para a compra ministerial e a possibilidade de incorporação da tecnologia pelo Brasil.