O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a entidade não sabe por quanto tempo manterá a taxa Selic estável. A saber, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu na semana passada manter a taxa básica de juro da economia estável em 13,75% ao ano.
Em resumo, este é o maior patamar desde novembro de 2016, ou seja, em quase seis anos. Aliás, mesmo com o nível tão elevado assim, a decisão tomada pelo Copom na última reunião não foi unânime. Isso porque alguns integrantes votaram pela elevação em 0,25 ponto percentual da taxa Selic, mas foram votos vencidos.
Por isso mesmo, o presidente do BC deixou claro que a taxa de juros elevadas deverá se manter “suficientemente prolongada” até que a inflação recue para a meta.
De acordo com o IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, chegou a 8,73% em agosto, a ritmo anual. Contudo, a taxa precisará cair, no mínimo, para 5% até dezembro. Assim, irá cumprir formalmente a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
“[A manutenção da Selic] vai depender de como o processo inflacionário se desenvolve. Deixamos claro que existem riscos para as projeções, que estamos vigilantes e que podemos inclusive voltar a subir os juros”, disse Campos Neto.
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Inflação de serviços pode impulsionar juros
Embora a taxa de juros já esteja muito elevada, isso não garante que ela não subirá mais no país. Pelo contrário, Campos Neto afirmou que a taxa Selic poderá voltar a subir, caso a inflação volte a avançar no país.
“Não tomamos atitudes ligadas a apenas uma variável. Falamos e temos uma preocupação com a inflação de serviços. Tem um tema que ocorre em todo o mundo que é uma mudança estrutural de mão de obra. É um conjunto de fatores”, explicou o presidente do BC.
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