Assim como publicou o Brasil123, caso a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos golpistas de 08 de janeiro seja criada, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentarão ter a maioria dentro do colegiado e indicar o relator da comissão.
A atitude, uma mudança drástica no posicionamento da base de Lula que, antes, era totalmente contrária à instalação do colegiado, vem seguida da tentativa de evitar que a agenda do governo fique paralisada e presa à dos trabalhos da comissão.
De acordo com o jornalista Valdo Cruz, do canal “Globo News”, a avaliação feita por Lula é que o governo não pode parar por causa da CPMI. Nesse sentido, o comunicador relata que o temor da equipe presidencial é que as turbulências da comissão venham a contaminar o ambiente político em Brasília. Por conta disso, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, vai ser o encarregado de manter o foco na agenda do governo.
Além disso, a base do governo também designou o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para a função de pautar os temas prioritários do Palácio do Planalto no Congresso Nacional para que eles tenham andamento, principalmente no que diz respeito a votação das medidas provisórias e da nova regra fiscal. “Por outro lado, os líderes do governo Lula prometem partir para cima dos bolsonaristas na CPI mista, cujo requerimento deve ser lido na próxima semana”, relatou o jornalista.
Ainda conforme Valdo Cruz, membros do governo também querem, por exemplo, convocar empresários que são apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e suspeitos de estarem envolvidos no financiamento de atos golpistas. Não suficiente, também há a expectativa de chamar o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e até mesmo Bolsonaro para depor durante os trabalhos da comissão.
Para poder convocar esses nomes, o governo pretende indicar representantes de peso para a CPMI. Dentre os possíveis indicados estão os senadores Renan Calheiros (MDB), Omar Aziz (PSD), Randolfe Rodrigues (Rede) e Humberto Costa (PT) – todos esses estiveram presentes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 do Senado, que investigou as ações e omissões do governo de Bolsonaro durante a pandemia.
Criação da CPMI
Na semana passada, Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado e do Congresso Nacional, prometeu que lerá o requerimento de instalação da CPMI na sessão do Congresso da próxima quarta-feira (26) caso seja recolhido o apoio suficiente, que é de 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado. Segundo o canal “Globo News”, até o momento, foram colhidas 194 assinaturas de deputados e 37 de senadores.
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