Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), negou a possibilidade de antecipar sua aposentadoria na corte. A declaração dele foi feita nesta terça-feira (15) depois que uma reportagem publicada pelo jornal “Estado de São Paulo” abordou o tema.
Alexandre de Moraes diz que a democracia brasileira está sendo corroída pela desinformação
Em entrevista ao canal “CNN Brasil”, Barroso brincou dizendo que a informação só pode ter sido passada por alguém que queira assumir seu posto na corte. “Só pode ser alguém querendo a minha vaga”, disse ele.
Depois da aprovação em 2015 da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apelidada de PEC da Bengala, a idade de aposentadoria obrigatória de ministros do STF saltou de 70 para 75 anos. Desta forma, Barroso, que tem 64 anos, se aposenta em março de 2033.
Assim como publicou o Brasil123, o ministro está em Nova York, nos Estados Unidos. Por lá, ele participou do Lide Brazil Conference, um encontro que reuniu mais de 200 empresários, ministros do STF, do Tribunal de Contas da União (TCU), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e políticos como o ex-presidente da República Michel Temer (MDB).
Durante sua participação no evento, o ministro afirmou que o STF não tem nenhum lado político. “Nós não temos lado político, o nosso lado é o lado da democracia e o lado das instituições”, disse ele, afirmando ainda que se criou uma “lenda”, difundida, sobretudo, nas redes sociais, de que o STF é contra ao atual presidente da República Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas eleições deste ano para o chefe do Executivo eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo o membro do STF, “o Supremo é a favor da Constituição e das leis”. “Todos os presidentes têm queixa contra o STF. O presidente Lula tinha queixas, a presidente Dilma tinha queixas, tenho certeza de que o presidente Temer tem queixas. A única diferença é que nenhum deles atacou o tribunal e nenhum deles atacou os seus ministros”, disse o ministro.
Leia também: Apoiadores de Bolsonaro que hostilizaram ministros do STF em NY podem responder criminalmente