Dois dias após os ataques de Jair Bolsonaro (sem partido) durante as manifestações de 7 de Setembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, disse que todas as pessoas de bem sabem quem é, de fato, o “farsante da história”.
A declaração foi feita em alusão a Bolsonaro. Sem citar nominalmente o presidente da república, Barroso também disse que a democracia comporta todos, menos aqueles que pretendem destruí-la.
“Todas as pessoas de bem sabem que não houve fraude e quem é o farsante da história […] a democracia só não tem lugar para quem pretenda destruí-la”, disse o ministro durante a abertura de uma sessão do TSE.
Em outro momento, Barroso confessou que “começa a ficar cansativo para o Brasil ter que repetidamente desmentir falsidades, para que não sejamos dominados pela pós-verdade, pelos fatos alternativos, para que a repetição da mentira não crie a impressão de que ela é verdade”.
Na sequência, o presidente do TSE também comentou sobre os ataques do chefe do Executivo, afirmando que “insulto não é argumento”, tampouco “ofensa significa coragem”. “A incivilidade é uma derrota do espírito. A falta de compostura nos envergonha perante o mundo”, afirmou.
Brasil está desvalorizado, diz Barroso
Ainda durante a abertura da sessão do TSE, o ministro disse que não é somente a moeda brasileira que está desvalorizada perante o mundo. De acordo com ele, o Brasil, como um todo, passa por um momento de desvalorização global, sendo motivo de “chacota e desprezo”.
“Não é só o real que está desvalorizando. Somos vítima de chacota e de desprezo mundial. Um desprestígio maior do que a inflação, do que o desemprego, do que a queda de renda, do que a alta do dólar, do que a queda da Bolsa, do que o desmatamento da Amazônia, do número de mortos pela pandemia, do que a fuga de cérebros e de investimentos”, disse Barroso.
Por fim, o ministro do STF afirma que, no atual cenário, o pior de tudo é a falta de compostura. Segundo ele, existe um movimento que faz com que o país se diminua perante si mesmo. “Não podemos permitir a destruição das instituições para encobrir o fracasso econômico, social e moral que estamos vivendo”, declarou. Veja o vídeo:
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