Os preços dos combustíveis estão mais elevados que nunca no Brasil. A gasolina e o diesel bateram recorde neste mês e a expectativa é que fiquem ainda mais salgados para os motoristas. Isso porque o barril de petróleo fechou a semana em alta, pressionando ainda mais a política de preços da Petrobras.
A saber, o barril Brent, que é a referência mundial, subiu 2,37% na semana, para US$ 115,56 na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Já o barril de petróleo West Texas Intermediate (WTI), referência norte-americana, subiu 0,75% no período, para US$ 114,09 na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
Com isso, o Brent passa a acumular uma valorização de 45,7% em 2022, enquanto o WTI tem ganhos de quase 48,2% neste ano. Embora os valores sejam muito expressivos, os barris já chegaram a ter ganhos superiores a 60% em março devido à guerra na Ucrânia.
Isso fez a Petrobras reajustar o diesel em 24,9% e a gasolina em 18,8% no dia 11 de março. Neste mês, os motoristas sofreram com mais um reajuste do diesel, de 8,87%.
Já a gasolina se manteve estável, mas o mercado acredita que o combustível terá um novo reajuste no curto prazo. Aliás, a Petrobras vem segurando o repasse aos consumidores, uma vez que havia defasagem de 8% da gasolina em relação aos preços praticados internacionalmente.
Combustíveis devem seguir mais caros no país
Seja como for, os preços dos combustíveis deverão continuar caros no país. Mesmo que a estatal não promova mais reajustes, o nível atual dos valores do diesel e da gasolina já são os maiores registrados no país.
Com o avanço do petróleo na semana, a Petrobras fica mais pressionada, pois paga mais caro para importar a commodity. No entanto, o presidente Jair Bolsonaro deseja congelar os preços dos combustíveis ao menos até as eleições. Isso mostra que dificilmente haverá um reajuste nos próximos meses.
Caso a Petrobras eleve os combustíveis, o fará devido a sua política de preços, adotada pelo governo Michel Temer em 2016. Em resumo, a estatal segue o critério de paridade internacional, ou seja, promove reajustes de acordo com as cotações do barril de petróleo no mercado internacional e das variações do dólar.
O dólar até que está mais barato, tendo fechado a semana cotado a R$ 4,7381. Por outro lado, o barril de petróleo continua com um preço bastante elevado. Inclusive, as preocupações com os lockdowns na China impediram um avanço ainda maior do barril na semana. De toda forma, o futuro não parece muito positivo para quem espera pela queda dos preços dos combustíveis.
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