O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) atualizou nesta quinta-feira (10) o seu levantamento sobre os barômetros econômicos globais em março. A saber, tanto o barômetro coincidente quanto o antecedente caíram na comparação com fevereiro.
De acordo com o estudo, o Barômetro Econômico Global Coincidente caiu 3,3 pontos, para 103,9 pontos. O recuo é o segundo consecutivo e faz o indicador atingir o menor patamar desde março do ano passado (100,9 pontos). No entanto, o indicador permanece acima da marca dos 100 pontos.
Por sua vez, o Barômetro Econômico Global Antecedente recuou 2,7 pontos em março, para 96,4 pontos. Com isso, o indicador seguiu abaixo dos 100 pontos, nível que vem se mantendo nos últimos meses. Este é o menor nível desde julho de 2020 (80,8 pontos).
“Os aumentos disseminados de preços ao redor do mundo, e seus efeitos sobre decisões de política monetária, já constituíam o principal desafio para a manutenção da retomada do ritmo da atividade econômica após o arrefecimento das medidas de distanciamento social”, explicou o pesquisador do FGV Ibre, Paulo Picchetti.
“O impacto imediato do conflito na Ucrânia já se fez sentir em aumentos adicionais de preços das principais commodities, elevando significativamente a incerteza sobre a evolução da atividade econômica ao longo de todos os setores e regiões”, acrescentou o pesquisador.
Veja mais detalhes do levantamento em março
O FGV Ibre revelou que a região Ásia, Pacífico & África contribuiu com 3,0 pontos para a queda do Barômetro Coincidente Global, ou 93% do recuo mensal. Já o Hemisfério Ocidental contribuiu com 0,3 ponto para a queda, enquanto a região da Europa ficou estável no mês.
Com isso, a Europa permaneceu com o maior patamar entre as regiões (112,6 pontos), seguida por Hemisfério Ocidental (102,8 pontos), que ultrapassou a Ásia, Pacífico & África (101,1 pontos).
Em relação aos setores, houve queda em quatro dos cinco segmentos pesquisados. Os maiores tombos vieram de indústria (-6,9 pontos, para 104,0 pontos) e construção (-6,7 pontos, para 95,4 pontos). Já os serviços (-3,3 pontos, para 100,8 pontos) e economia (-2,0 pontos, para 101,5 pontos) tiveram recuos menores. A única exceção foi o setor do comércio, que cresceu 12,7 pontos, para 117,4 pontos.
Já o Barômetro Antecedente teve a contribuição negativa da Ásia, Pacífico & África (-4,1 pontos), Em contrapartida, houve influência positiva do Hemisfério Ocidental (+0,9 ponto) e da Europa (+0,5 ponto), mas estes avanços não impediram a queda do indicador no mês.
A saber, a Europa chegou a 107,3 pontos e o Hemisfério Ocidental subiu para 95,2 pontos, enquanto a Ásia caiu para 93,7 pontos.
Entre os setores, apenas a indústria cresceu (+0,2 ponto, para 99,4 pontos). Por outro lado, os quatro segmentos restantes caíram no mês, com destaque para a construção (-12,6 ponto, para 83,4 pontos). Também recuaram o comércio (-4,2 pontos, para 99,1 pontos), a economia (-4,1 pontos, para 91,7 pontos) e os serviços (-1,8 ponto, para 103,1 pontos).
Por fim, o “Barômetro Coincidente reflete o estado atual da atividade econômica” e o “Barômetro Antecedente emite um sinal cíclico cerca de seis meses à frente dos desenvolvimentos econômicos reais“, segundo o FGV Ibre.
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