Um navio humanitário resgatou 265 imigrantes que estavam à deriva no Mar Mediterrâneo nos primeiros dias de 2021. A ONG espanhola Open Arms, que realizou o salvamento, ainda busca, neste domingo (3), um porto de segurança para desembarcar os refugiados.
A operação começou nas últimas horas de 2020, quando a instituição levou a bordo 169 imigrantes logo após receber um pedido de ajuda pelo Alarm Phone. É um telefone de apoio independente criado para ajudar as pessoas que cruzam o Mar Mediterrâneo com destino à União Europeia.
A maioria dos resgatados são da Eritreia. Há 12 mulheres, seis crianças e 40 adolescentes. Conforme a Open Arms, todos estão com boa saúde. Eles estavam no mar em um barco de madeira que partiu de Sabratha, na Líbia, na última quarta-feira (30).
De maneira idêntica foi a operação de dois dias depois, no sábado (2). A ONG resgatou mais 96 pessoas em águas internacionais entre Malta e a Líbia que estavam à deriva sem colete salva-vidas também em um barco de madeira. Na tripulação, há duas mulheres, uma delas grávida, e 17 menores. Por sua vez, diferente do primeiro resgate, há relatos de casos de hipotermia, de acordo com a organização.
Para os voluntários e ativistas, a situação está insustentável. “Alertamos todas as autoridades para pedir um refúgio seguro para essas pessoas”, comunicou a ONG espanhola.
Imigrantes no Mediterrâneo
Da Líbia, os traficantes de pessoas lançam navios, lotados de imigrantes que esperam chegar à costa europeia em busca de asilo. Mas as embarcações não têm o mínimo de segurança. São frágeis botes de borracha ou barcos de pesca de madeira.
Os imigrantes fogem de conflitos ou perseguições. Além disso, centenas de milhares de refugiados resgatados no mar nos últimos anos fogem da pobreza. Portanto, em geral, não conseguem receber asilo dos países da União Europeia.
A Itália e Malta, principal porta de entrada por causa da proximidade com a África, recusaram a permissão para atracar os barcos de resgate humanitário. Os dois países alegam que a maioria dos imigrantes deseja encontrar empregos ou parentes no norte da Europa. Por isso, autoridades governamentais italianas e maltesas têm insistido que outras nações europeias também façam sua parte.
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