A semana começou com mais um fato de tensão no país: a possível saída do Banco do Brasil (BB) e da Caixa Econômica da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). No entanto, assessores presidenciais informaram nesta sexta-feira (3) ao “Blog do Valdo Cruz” que as entidades permanecerão na federação, por determinação do presidente Jair Bolsonaro.
Em resumo, tanto o BB quanto a Caixa supostamente ameaçaram abandonar a Febraban no final de agosto. O que motivou a decisão dos bancos foi a assinatura da Febraban no manifesto “A praça é dos Três Poderes”, em favor da democracia. A informação saiu na coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo.
O manifesto, liderado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), expõe preocupação com as tensões entre os Três Poderes do Brasil e pede estabilidade para a retomada econômica do país. Segundo a coluna, a ação é vista como uma manifestação política contra o governo Bolsonaro. Por isso que a Caixa e o BB ameaçaram abandonar a Febraban.
Contudo, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, avisou em 30 de agosto aos ministros de Bolsonaro que a divulgação do manifesto estava suspensa. A previsão era que o manifesto fosse publicado no dia seguinte, mas não o foi. De acordo com Skaf, o documento tinha o objetivo de mandar um recado não só para o Executivo, mas para os Três Poderes.
Febraban reafirma texto e defesa da democracia
Na última quinta-feira, a Febraban reiterou o apoio ao manifesto e a defesa da democracia. Além disso, a federação afirmou que respeita a posição do BB e da Caixa sobre se posicionarem “contrariamente à assinatura” do documento. Aliás, o manifesto também tinha a assinatura de cerca de 200 entidades de classe.
“A Febraban confirma seu apoio ao conteúdo do texto que aprovou, já de amplo conhecimento público, cumprindo assim o seu papel ao se juntar aos demais setores produtivos do Brasil num pedido de equilíbrio e serenidade, elementos basilares de uma democracia sólida e vigorosa”, diz a nota da federação.
Segundo a Febraban, a Fiesp não consultou as entidades que assinaram o manifesto antes de suspender a sua publicação. “Diante disso, a Febraban avalia que, no seu âmbito, o assunto está encerrado e com isso não ficará mais vinculada às decisões da Fiesp, que, sem consultar as demais entidades, resolveu adiar sem data a publicação do manifesto”, trazia o texto.
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