O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa Selic de 6,25% para 7,75% ao ano na reunião que aconteceu nesta quarta-feira (27). A propósito, esse é o maior patamar da Selic desde outubro de 2017, época em que a taxa recuou de 8,25% para 7,5% ao ano. Inclusive, essa é a sexta alta seguida da taxa básica de juros do Brasil, que tenta segurar os avanços da inflação no país.
A saber, a elevação da Selic superou as projeções dos economistas, que acreditavam em um avanço de 1,25 ponto percentual (p.p.). Com a inflação do país cada vez maior, o mercado já sabia que a alta superaria 1,0 p.p., taxa tida como média de avanço há pouco tempo.
A mudança ocorreu, principalmente, com o Auxílio Brasil. Em resumo, o presidente Jair Bolsonaro vem elevando os gastos públicos para tentar ganhar votos para as eleições de 2022. Nesse cenário, a equipe econômica do governo vem se desdobrando para que o financiamento do Auxílio Brasil caiba dentro do teto de gastos públicos.
Aliás, o ministro da Economia, Paulo Guedes, explicou que o governo ainda estuda maneiras de financiar o programa. De acordo com ele, a equipe econômica tenta viabilizar meios de alterar o teto de gastos públicos, tido como âncora fiscal do país. E uma das opções consiste em criar uma “licença para gastar” com o programa assistencial. Tudo isso fez a Selic disparar nesta reunião do Copom.
Vale destacar que analistas de mais de cem instituições financeiras, ouvidos pelo Banco Central, acreditam que haverá mais elevações da Selic no decorrer do ano. A propósito, a estimativa é que a taxa chegue a 8,96% ao ano. Isso quer dizer que a estimativa é de mais altas da Selic no ano.
Veja como a alta da Selic impacta a sua vida
Em resumo, a taxa Selic caiu para 2,0% no ano passado por causa da pandemia da Covid-19, menor taxa já registrada. No entanto, o comitê elevou a taxa pela primeira vez em março deste ano após quase seis anos sem aumentos. E, para conter o avanço da inflação, a taxa Selic continuou subindo nos meses seguintes. Assim, chegou a 7,75% nesta quarta.
Tudo isso impacta a vida do consumidor no Brasil, pois o maior objetivo do Copom é segurar a inflação do país. E a Selic é o principal instrumento do Banco Central para conter a alta dos preços. Uma Selic mais alta puxa consigo os juros praticados no Brasil, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia. Assim, reduz a “inflação por demanda”.
Esse aumento dos juros atinge diversos setores, como o bancário e o imobiliário, por exemplo. Assim, as pessoas tendem a comprar menos, pois o crédito fica menos acessível. Além disso, o aumento da Selic também beneficia aplicações em renda fixa, que tendem a render um pouco mais.
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