Ontem (04), o COPOM realizou uma reunião sobre um possível aumento da taxa Selic de 2,75% para 3,5%. A alteração deve ocorrer ainda hoje (05). O intuito é diminuir os índices de inflação no país e diminuir o preço do dólar.
Mas, o que o aumento quer dizer? Com a Selic mais alta, os empréstimos e financiamentos devem ficar mais caros com intuito de diminuir o dinheiro em circulação. No entanto, há o lado positivo: o dólar cai juntamente com o preço dos produtos importados e a renda fixa começa a render mais.
O aumento pode ser prejudicial para as empresas que passam por dificuldades econômicas e terão que recorrer aos empréstimos para que consigam pagar aos funcionários.
A taxa de 2%, que estava presente em março, é uma das mais baixas desde a recuperação da democracia após a ditadura militar.
SELIC: Por que o preço de tudo subiu?
O preço de tudo subiu devido à inflação. Mas, qual a relação da taxa Selic com ela? Com juros baixos, as pessoas tendem a pegar mais empréstimos e há mais dinheiro em circulação. Com mais dinheiro, os preços costumam aumentar para que haja equilíbrio já que existirá mais compras sendo realizadas.
No Brasil, aconteceu algo parecido e atrelado ao agronegócio: muitos produtores de arroz viram a vantagem de exportar e receber em dólar. Isso fez com que o preço aumentasse no Brasil devido ao fim do estoque e que, ao mesmo tempo que recebem altos valores do país, acabam obtendo outros ainda maiores com a venda em dólar.
Houve, portanto, muito dinheiro sendo recebido pelo agronegócio e muito dinheiro saindo do bolso dos trabalhadores que chegaram a pagar mais de R$ 40 em sacos de 5 kg de arroz. Consequentemente, a inflação foi para o alto e os preços que já estavam insatisfatórios, ficaram ainda mais densos.
É dever do governo realizar o cuidado do comércio atrelado com o dólar, mas não houve intervenções e agora a Selic se apresenta como solução.