O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) vai divulgar no começo da noite desta quarta-feira (02) a decisão tomada sobre o percentual da taxa básica de juros, a Selic. A reunião do Copom começou na terça-feira (01) e se estenderá até esta quarta, quando, após as 18h30, será publicado o resultado e um comunicado justificando a decisão.
O Copom, responsável por analisar a situação econômica do país e, a partir dela, gerir a Selic, é formado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e outros oito diretores. Essa será a primeira reunião em que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá representantes indicados pelo petista.
Assim como publicou o Brasil123, este deverá ser o primeiro corte na Selic, a taxa básica de juros que está estacionada nos 13,75% desde agosto do ano passado. De acordo com informações do jornal “Folha de S. Paulo”, é amplo o sentimento de economistas e especialistas de que haverá um corte. Isso, por conta dos sinais que o próprio Copom deu nos comunicados de seu último encontro, em junho.
Nesse sentido, explica a publicação, a principal dúvida perdura sobre qual será a magnitude do corte. Hoje, grande parte das casas aposta em uma redução mais cautelosa, de 0,25 ponto percentual. Todavia, existem outras mais otimistas, que acreditam que já seja possível ter um corte de 0,5 p.p. Em contrapartida, existem uma terceira via, composta de instituições que são especialistas no tema e então divididas entre as duas possibilidades.
Apesar disso, existe um consenso entre as várias análises, a de que decisão do Copom será longe de ser unânime, isto é, alguns diretores do Copom devem votar por um corte mais brando, enquanto outros devem defender uma redução mais acentuada já nesta quarta. “Nós estávamos convencidos de que o Banco Central começaria seu ciclo [de redução de juros] com um corte parcimonioso de 0,25 ponto”, afirmou o J.P.Morgan em relatório publicado nesta terça.
“Mas, após desenvolvimentos recentes, parece igualmente possível que a maioria [do comitê] prefira tanto uma redução de 0,25 quanto uma mudança mais agressiva – e mais frequentemente usada – de 0,5 ponto de corte”, completou a instituição. Ainda em seu relatório, a J.P.Morgan relata que as baixas taxas de desemprego, expectativas de inflação ainda altas para o ano que vem e o fato de os bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa ainda estarem subindo juros são fatores que justificam sua aposta para um corte de apenas 0,25 ponto, nesta reunião.
“Entretanto, uma tendência de desaceleração da inflação, alimentada pela normalização das cadeias de produção global e da apreciação do real [frente ao dólar] podem ter aberto espaço para um primeiro movimento mais agressivo”, diz a instituição.
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