O número de mulheres grávidas sem planejamento familiar vem aumentando em todo o mundo durante este período da Pandemia.
O fato recebeu até um nome “baby boom”, inclusive, o fenômeno está sendo associado ao maior tempo de contato entre casais em razão do isolamento social e até pela dificuldade de acesso a métodos e serviços contraceptivos.
Ainda de acordo com uma perspectiva do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), a taxa de natalidade pode chegar a 7milhões de mulheres grávidas sem planejamento familiar nos próximos meses.
Isso porque dentre os atendimentos de saúde priorizados na pandemia, a fim de restringir o número de pacientes no local, os métodos contraceptivos não foram incluídos nos grupos de atividades essenciais.
Cuidados entre gestantes e puérperas devem ser redobrados
Com ou sem planejamento, a gravidez é um período único e delicado, portanto merece total atenção principalmente em tempos de Pandemia.
Os cuidados de proteção contra a Covid-19 devem ser redobrados, já que as grávidas e puérperas pertencem ao grupo de risco da doença.
É importante que mesmo em isolamento, a grávida faça o acompanhamento pré-natal normalmente.
Dentre as principais orientações para este público, os médicos obstetras destacam:
- Manter o isolamento social de forma rigorosa (sair apenas para consultas do pré-natal ou exames pedidos pelo médico);
- Usar corretamente a máscara e higienizar as mãos com álcool gel constantemente;
- Realizar consultas e exames em serviços de saúde que adotam medidas de segurança contra o coronavírus;
- Considerar a reputação e confiabilidade da maternidade, além de checar as medidas de segurança adotadas na instituição.
Saúde mental das gestantes e puérperas
Junto ao crescimento da natalidade, também vem aumentando os casos de depressão pós-parto.
A insegurança e solidão agravadas pelo período pandêmico acabaram tornando esse quadro mais comum.
Segundo um estudo do College London, na Inglaterra, a depressão pós-parto dobrou na Europa no primeiro semestre de 2020. Foram de 23% para 47,5%, os casos diagnosticados somente neste período.
Dentre os casos, as mamães de primeira viagem foram as mais impactadas. Já as mulheres que receberam apoio dos companheiros ou de uma rede familiar relataram menos sintomas depressivos.
Rede de apoio interrompida
Devido ao risco de contágio da Covid-19, a necessária rede de apoio às puérperas foi interrompida.
Sem contar com a ajuda de familiares ou amigos com a chegada de um novo bebê ao lar, essas mães acabam reféns de uma rotina exaustiva e solitária, o que faz agravar os quadros depressivos.
A depressão no período do puerpério pode trazer inúmeras consequências prejudiciais ao convívio e saúde da mulher e do bebê. A dificuldade na amamentação é uma delas.
Os principais sintomas da depressão pós-parto são:
- Tristeza,
- Exaustão extrema,
- Reclusão,
- Apatia,
- Alteração de sono e apetite,
- Irritabilidade,
- Culpa,
- Dificuldade de concentração,
- Falta de esperança,
- Medo de sair de casa,
- Cuidado excessivo com o bebê.
É essencial buscar atendimento psiquiatra para essas mulheres, já que este quadro pode se tornar crônico em até 33% dos casos.
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