De acordo com um estudo realizado pela Celcoin, empresa de Open Finance no Brasil, observou-se que as contas atrasadas tiveram queda quando associadas ao calendário de pagamento do auxílio emergencial.
A saber, conforme apurado, o tempo médio das contas pagas em atraso pelos brasileiros apresentou uma queda de 54%, saindo do patamar de 47,7 para 22,1 dias, entre o segundo trimestre de 2020 e o mesmo período de 2021.
Como mencionado, a redução no prazo coincide com o período de pagamento do auxílio emergencial, benefício que foi destinado à população mais vulnerável desde abril do ano passado e que terá o seu encerramento neste mês de outubro.
Relação com o auxílio emergencial
Segundo o levantamento, observou-se um crescimento de 29% no percentual de contas pagas em atraso no segundo trimestre de 2020, exatamente a ocasião na qual ocorreu o começo da pandemia.
Também no segundo trimestre de 2020, quando teve início o pagamento do auxílio emergencial, pôde ser constatada uma diminuição no percentual de atrasos.
O número voltou a crescer nos meses seguintes, o que pode estar atrelado à interrupção no pagamento e posterior redução no valor do benefício emergencial, e atingiu 10,5% nos primeiros três meses de 2021.
Depois, entre abril e junho deste ano, o percentual de pagamentos em atraso caiu para 9,4%.
Foco dos atrasos
A pesquisa da Celcoin indica que os atrasos estão concentrados em contas não essenciais (17%): cartão de crédito, prestação de serviços, compras online.
Isso porque com todas as variáveis que impactaram fortemente a vida dos brasileiros, com a pandemia, inflação e perda de renda, o cidadão buscou priorizar as contas essenciais, ou seja, energia elétrica e gás (3,1% em atraso), água (4,9%) e telecomunicações (2,9%).
“Há uma relação direta entre inflação e poder de compra e de pagamentos. A população mais endividada e o aumento do preço de energia fazem com que as pessoas não consigam arcar com as contas no prazo”, analisa o presidente da Celcoin, Adriano Meirinho.
Endividamento
Em relação ao valor médio das dívidas dos brasileiros, o estudo demonstra um salto de 33% no preço médio das contas de luz, que passaram de R$ 138,61 para R$ 184,35 entre o segundo trimestre de 2020 e o segundo trimestre de 2021.
“O aumento pode ter sido causado pela mudança na medição, que, sem as visitas técnicas, foi feita por estimativa do consumo dos últimos meses, gerando muitas inconsistências de valores”, analisam os pesquisadores.
No mesmo período, o valor médio das contas ligadas ao saneamento subiu 11,8%, de R$ 80,02 para R$ 89,50.
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