A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou que o Auxílio Brasil deverá injetar R$ 84 bilhões na economia brasileira em 2022. Os dados fazem parte de um estudo realizado pela entidade e divulgado nesta semana.
Em resumo, 70,43% do montante total deverá seguir para o consumo imediato, o que corresponde a R$ 59,16 bilhões. Enquanto isso, 25,74% serão destinados ao pagamento de dívidas (R$ 21,62 bilhões). Já os 3,83% restantes, ou R$ 3,21 bilhões, deverão ser poupados pelos brasileiros para o consumo futuro.
A saber. o programa Auxílio Brasil substituiu o Bolsa Família, extinto no ano passado, e segue em vigor no país desde novembro de 2021. O benefício consiste na transferência de renda para as famílias do país em situação de pobreza e extrema pobreza.
De acordo com o economista da CNC, Fabio Bentes, o estudo considerou o valor mínimo de R$ 400. Assim, chegou à injeção de R$ 84 bilhões na economia brasileira.
“Como a gente não sabe quanto cada brasileiro vai receber, porque depende de outras variáveis, a gente fez a conta por baixo. Como o benefício mínimo é de R$ 400 pago a 17,5 milhões de famílias, durante 12 meses, isso perfaz R$ 84 bilhões”, explicou Bentes em entrevista à ‘Agência Brasil’.
Vale destacar que o valor injetado na economia do país pode até superar o projetado pela CNC. Na verdade, como o benefício varia, as estimativas apontam que até R$ 89,9 bilhões podem seguir para a economia brasileira no decorrer deste ano.
Veja detalhes do estudo da CNC
A CNC revelou que cerca de 47% do montante utilizado no consumo imediato seguirá para o comércio e o setor de serviços. Em suma, Bentes estima que R$ 28 bilhões sigam para o comércio brasileiro neste ano. Isso representará um crescimento de 1% a 1,5% no faturamento anula do varejo do país.
Contudo, nem esse impulso salvará as vendas em 2022. “Mas pode ajudar o comércio a ter um ano menos amargo no momento em que a expectativa para a economia, este ano, tem sido corrigida para baixo”, disse.
“A expectativa é que a economia cresça 0,3% este ano. Então, ajuda no sentido de disponibilizar um pouco mais de recursos para consumo, o que acaba aliviando um pouco mais o ano difícil que o comércio vai ter pela frente”, acrescentou Bentes.
Por fim, ele afirmou que o grau de endividamento dos brasileiros segue bastante elevado. “Mas a gente sabe que, por conta da inflação, dos juros mais altos, o comprometimento da renda seguramente deve aumentar um pouco, pelo menos nessa primeira metade de 2022”, disse.
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