Na sexta-feira passada, em 15 de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu sua aprovação à Lei 14.674/23, marcando o início de um novo programa social: o auxílio-aluguel. Essa iniciativa tem como principal objetivo proporcionar apoio e segurança para mulheres em situação de vulnerabilidade social e econômica que tenham sido obrigadas a deixar seus lares devido à violência doméstica.
A nova legislação, que entrou em vigor imediatamente após ser publicada no Diário Oficial da União, resulta do Projeto de Lei (PL 4.875/2020), que recebeu a aprovação do Senado Federal em agosto deste ano.
Com a sanção presidencial, o auxílio-aluguel passa a integrar as medidas de proteção de emergência previstas na Lei Maria da Penha (Lei 11.340, de 2006). Assim, representando um avanço significativo na proteção das mulheres que enfrentam a violência doméstica em todo o território nacional.
Sobre o projeto do novo Auxílio-Aluguel
O texto incorpora esse benefício como parte das medidas de proteção de emergência estabelecidas na Lei Maria da Penha, garantindo o pagamento pelo período de até 6 meses. O presidente destacou em suas redes sociais: “Isso representa um apoio significativo para a proteção das mulheres e para romper o ciclo de abusos. O Governo Federal está firmemente comprometido em preservar a vida das mulheres.”
O objetivo central é proporcionar às mulheres as condições necessárias para que possam se afastar de seus agressores e recomeçar suas vidas em ambientes seguros. É relevante observar que as vítimas não precisam necessariamente ter obtido medidas protetivas contra seus agressores para se tornarem elegíveis para o auxílio financeiro. A decisão caberá ao juiz, especialmente para aquelas que possuem renda inferior ao salário mínimo.
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Como funcionará o auxílio-aluguel
De acordo com as disposições da legislação, a concessão do auxílio-aluguel será sempre determinada por meio de decisão judicial e será destinada a:
- Mulheres que tenham sido vítimas de violência doméstica em todo o território nacional;
- Aquelas que se encontrem em uma condição de fragilidade social e econômica;
- Indivíduos que estejam afastados de suas residências devido à violência doméstica.
O valor da assistência será definido pelo Juiz. Isso com base na situação de vulnerabilidade social e econômica da beneficiária, por um período não superior a 6 meses.
Os recursos para esse fim serão provenientes do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e serão alocados pelos Estados, pelo Distrito Federal. Também pelos Municípios para atender às necessidades eventuais da assistência social. Assim, a senadora Margareth Buzetti (PDS-MT), relatora do projeto no Senado, enfatizou que o Brasil infelizmente enfrenta uma triste realidade de violência contra as mulheres. Além disso, existe uma estatística alarmante: a cada dois minutos, cinco mulheres são vítimas de agressão. Da mesma forma, em mais de 80% dos casos, os agressores são parceiros ou ex-parceiros que frequentemente se aproveitam da dependência financeira das vítimas.
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Auxílio-Moradia em Outros Estados
O Ministério das Mulheres reconheceu o sucesso de iniciativas semelhantes ao auxílio-moradia que já foram implementadas em diversas regiões do país, como São Paulo, Fortaleza e Teresópolis. Além disso, destacou o lançamento do programa “Ser Família Mulher” em Mato Grosso, que oferece um auxílio-moradia no valor de R$ 600 para mulheres vítimas de violência doméstica, desde que sua renda per capita seja de até um terço do salário mínimo vigente.
O modelo de auxílio-aluguel adotado em São Paulo serviu como inspiração para a criação deste novo benefício social. Na capital paulista, mulheres que são vítimas de violência doméstica e se encontram em situação de vulnerabilidade social têm o direito de receber o auxílio-aluguel, fornecido pela Prefeitura de São Paulo por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC). A Coordenação de Políticas para as Mulheres da SMDHC é a responsável pela gestão e pelo processamento dos pagamentos.
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Como solicitar o Auxílio-Aluguel
Para solicitar o benefício, é necessário passar por atendimento na rede de serviços municipais socioassistenciais, composta pelos seguintes locais:
- Centros de Referência da Mulher;
- Centros de Cidadania da Mulher;
- Casa da Mulher Brasileira;
- Postos Avançados de Apoio à Mulher.
Esses pontos de atendimento desempenharão um papel fundamental no início do processo de solicitação do auxílio-aluguel. Eles fornecerão as informações essenciais, oferecerão orientações e prestarão assistência às mulheres vítimas de violência doméstica que desejam obter esse auxílio.
Quem pode receber o benefício?
De acordo com as disposições da recente legislação, a concessão do auxílio-aluguel será decidida por meio de uma ordem judicial e será destinada às mulheres que tenham sido vítimas de violência doméstica. Para serem elegíveis, essas mulheres devem estar em uma condição de vulnerabilidade social e econômica e devem estar afastadas de suas residências.
Importância do projeto
É fundamental que o governo apoie financeiramente as vítimas de violência contra a mulher por diversas razões importantes:
- Proteção e Segurança: Muitas mulheres vítimas de violência doméstica enfrentam situações extremamente perigosas em seus lares. O apoio financeiro pode permitir que elas deixem esses ambientes tóxicos, encontrando refúgio em locais seguros, longe de seus agressores.
- Independência Financeira: Muitas vezes, as vítimas de violência doméstica são financeiramente dependentes de seus agressores, o que as torna ainda mais vulneráveis. O apoio financeiro oferece a essas mulheres a oportunidade de recuperar sua independência financeira e evitar futuras situações de abuso.
- Apoio Psicológico e Legal: O auxílio financeiro pode ajudar as vítimas a acessarem serviços de apoio psicológico, aconselhamento legal e terapia, que são cruciais para sua recuperação física e emocional.
- Romper o Ciclo de Violência: Ao fornecer assistência financeira, o governo pode ajudar a quebrar o ciclo de violência. Isso pode encorajar as vítimas a denunciar seus agressores e buscar ajuda, sabendo que têm apoio para reconstruir suas vidas.
Em resumo, o apoio financeiro do governo às vítimas de violência contra a mulher desempenha um papel crucial na proteção, recuperação e empoderamento dessas mulheres, contribuindo para uma sociedade mais justa e segura.