O autor de Milla, música lançada em 1996, Manno Goés, quer entrar em um processo contra a deputada federal Carla Zambelli (PSL). O intuito é que ela retire do Youtube um vídeo de um protesto defendendo Bolsonaro no último sábado (01), Dia dos Trabalhadores, em que fazem o uso de suas músicas.
Ele quer mais de R$ 200 mil como pedido de indenização e danos morais. De acordo com Goés, mesmo que o vídeo seja retirado do ar, as ofensas remetidas a ele não podem ser apagadas e que sua música não deve ser usada para esse fim.
“No vídeo aparece o refrão da música com aquela multidão bolsonarista cantando, quando o autor é veementemente contrário a ideologia de Bolsonaro. É fato público e notório que ele tem completa rejeição a Bolsonaro”, diz o advogado responsável pelo caso.
O advogado ressalta que essa não é uma tentativa de censura, que não impede que Netinho faça o uso de suas músicas. Mas a situação muda quando todos sabem que o cantor detesta o presidente Bolsonaro e utilizam suas produções em atos que o defendem.
“O direito moral do autor não pode ser confundido com censura”, acrescentou.
O fim de semana foi marcado por procissões a favor de Bolsonaro em todo o Brasil. Houve uma na cidade de Goiás em que dois habitantes se vestiram com vestes parecidas com a Ku Ku Klan e pediam a Deus para que perdoasse os torturadores. A prefeitura da cidade afirmou que iria investigar para descobrir quem foram os responsáveis por essa atitude.
Investimentos de Bolsonaro sobre a arte
Hoje (04), o presidente Bolsonaro sancionou uma lei que prevê maiores investimentos na área da arte. Os pedidos já vinham sendo feitos por artistas desde o início da pandemia visto que, principalmente para teatros ou apresentações ao vivo, não estavam mais sendo realizadas devido o fechamento do comércio, bares, museus e outras áreas em que estavam atuando.