Nesta segunda-feira, 18, o instituto Paraná Pesquisas divulgou um levantamento que aponta que 62,5% dos condutores brasileiros reduziram o uso dos veículos devido ao aumento constante no preço do combustível. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a média do preço do diesel é de R$ 4,96, já da gasolina é de R$ 6,11 e do etanol R$ 4,77.
Vale ressaltar que esta foi a média de preços do combustível apurada pela pesquisa até o dia 9 de outubro. A região na qual foi encontrada a gasolina mais cara é no Centro-Oeste, cujo litro chegou a R$ 6,28. Enquanto isso, o óleo diesel mais caro está na região Norte, por R$ 5,16. O Norte está no mesmo patamar que o Nordeste se tratando da média do etanol, lugares onde o combustível chega a R$ 5,25.
Diante desses valores, muitos brasileiros optaram por deixar os carros e motos em casa, buscando por meios de locomoção coletivos, como ônibus e metrô. A região na qual foi identificada o maior índice de desistência é no Sul, com 66,3%. No Norte e no Centro-Oeste o percentual de desistência é de 61,2%, enquanto no Nordeste é de 60% e no Sudeste é 63,3%.
O levantamento também mostrou que os brasileiros com menor nível de escolaridade são os mais afetados pelo aumento no combustível, são 66,8%. Ao analisar o cenário por gêneros, nota-se que 63,9% das mulheres decidiram reduzir o uso de veículos, contra 61,2% dos homens. Vale ressaltar que o último reajuste no combustível realizado pela Petrobras foi no dia 9 de outubro com o propósito de evitar o desabastecimento de ambos os produtos.
Desta forma, o preço médio da gasolina nas distribuidoras aumentou de R$ 2,78 para R$ 2,98. Esta alteração representa um aumento de 7,19% no preço do combustível para as distribuidoras. A alta na gasolina ocorre após 58 dias de estabilidade. É importante mencionar que a gasolina tem impactado a inflação nos últimos meses.
De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a gasolina teve um aumento de 39,60% no acumulado de 12 meses.
No caso específico do combustível, é preciso explicar que o preço sofre variações de acordo com o tipo de combustível. Por exemplo, o diesel, cujo valor cobrado pela Petrobras às refinarias teve um aumento na margem de 9%. O maior valor compete ao custo de produção, cuja contribuição é de 52,1%.
Além do mais, o montante também é impactado por questões externas como a cotação internacional do petróleo e câmbio. Em seguida está o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), um tributo cobrado no âmbito estadual que tem gerado polêmica. Em terceiro lugar com 14% está o custo do biodiesel que deve ser misturado ao combustível.
Na oportunidade, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, declarou que a estatal não tem o poder totalitário sobre o controle do preço do combustível. Ele explicou que as alterações passam por “incômodas verdades pouco apelativas”.