O Banco Central (BC) alertou para os riscos que o aumento dos gastos públicos pode provocar na economia brasileira. De acordo com a entidade financeira, a atividade econômica do país poderá desacelerar se não houver cuidado com o aumento dos gastos.
A saber, o BC estava se referindo à PEC da Transição. Em suma, a Proposta de Emenda à Constituição traz diversas mudanças em relação ao pagamento dos benefícios sociais no país. A principal delas é a retirada do Auxílio Brasil, futuro Bolsa Família, do teto de gastos.
Em outras palavras, o governo poderá gastar bem mais no pagamento do principal programa social do país sem ter uma limitação financeira. No entanto, vale destacar que a PEC da Transição terá um prazo de validade de dois anos.
Em síntese, a PEC da Transição pode prejudicar o Brasil porque o aumento de gastos do governo poderá elevar a inflação, segundo o BC. E uma taxa inflacionária alta limita os gastos da população e reduz os investimentos no país, provocando uma desaceleração econômica.
BC eleva estimativa de crescimento do PIB brasileiro em 2022
Gastos públicos também podem aumentar dívida pública
O BC informou, no relatório de inflação, que há diversas maneiras de elevar a taxa inflacionária no país. Uma delas acontece através do aumento dos gastos públicos. Por isso que todos precisam ficar atentos às decisões tomadas, principalmente em relação ao futuro Bolsa Família.
“O resultado da expansão fiscal sobre a atividade econômica opera por diferentes canais. Por um lado, maiores estímulos fiscais, através de seus efeitos diretos, podem ajudar a sustentar a demanda agregada, especialmente no curto prazo”, disse o BC.
“Por outro lado, estímulos fiscais adicionais, especialmente se impactarem a percepção de sustentabilidade da dívida pública, podem prejudicar as condições financeiras e o crescimento econômico”, ponderou.
O BC explicou que o aumento dos gastos públicos, associado à nova regra das contas públicas, uma vez que o Bolsa Família ficará de fora do teto de gastos, definirão o resultado a ser visto no ano que vem.
Leia também: Demissões voluntárias batem recorde no Brasil em 2022