Está em vigor desta terça-feira, 26, em diante, o novo reajuste no preço dos combustíveis aplicado pela Petrobras na gasolina e no diesel nas refinarias. Agora, a gasolina passou de R$ 2,98 para R$ 3,19, ou seja, um aumento de R$ 0,21 ou 7%.
Enquanto isso, o preço cobrado pelo litro do diesel passou para R$ 3,34, um aumento na margem de 9% ante a média anterior de R$ 3,06. Ao analisar os reajustes feitos apenas em 2021, nota-se que a gasolina teve uma alta superior a 70%, enquanto o aumento geral no diesel é de 65,3%.
É importante deixar claro que o aumento no preço dos combustíveis não atinge somente os proprietários e condutores de veículos, que dependem da gasolina, diesel e álcool para se locomover. A alta nos combustíveis afeta todos os brasileiros, tendo em vista que se baseia na inflação, a média nacional de cálculo.
De acordo com o Boletim Focus publicado nesta segunda-feira, 25, pelo Banco Central (BC), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), já elevou a previsão de inflação do país de 8,69% para 8,96%. Na oportunidade, o economista Gilberto Braga explicou que os impactos da inflação são inevitáveis.
Não há brasileiro que consiga suportar esses efeitos sendo um trabalhador que luta para manter o emprego em meio a reajustes salariais mínimos, tendo que arcar com a inflação acumulada de 10% no cotidiano. “Como a cadeia logística brasileira é baseada no transporte rodoviário, o aumento dos combustíveis impacta diretamente o frete e, consequentemente, o preço de todos os produtos da economia. Ou seja, gera mais inflação para esse consumidor”, ponderou o economista
No caso específico dos alimentos, a principal alta foi notada nas carnes. Pelo menos, foi o que o economista, André Braz, do Ibre FGV, observou entre fevereiro de 2020 a setembro de 2021.
É o caso das carnes bovinas (35,31%), frango em pedaços (32,62%), frango inteiro (28,21%) e carne suína (25,26%). Estes itens dispararam com o aquecimento da demanda no mercado internacional. Os itens da cesta básica também integram este cenário, e devem fechar o ano com uma alta de 10%.
Ao que tudo indica, a desaceleração na alta dos alimentos esperada para o último trimestre do ano não deve acontecer na mesma intensidade que antes. Em 12 meses, a inflação de alimentos está em 14,6% e 16% em itens da cesta básica. Até o fim do ano, a expectativa é para que o percentual desacelere em até 10%.
Mas o setor alimentício não é o único que sofre com os reajustes nos preços dos combustíveis, pois os transportes públicos, como os ônibus, são os principais usufruidores do diesel, por exemplo. Gilberto Braga informou que o transporte público é um dos principais segmentos afetados pela alta na gasolina e no diesel.
Inclusive, a Rio Ônibus chegou a emitir uma nota sobre o tema, ressaltando que o aumento não afeta somente veículos particulares como motoristas de aplicativos. “O setor vive nos últimos meses uma realidade de preços altíssimos também para compra de peças e acessórios, o que prejudica ainda mais a qualidade do serviço prestado à população”, disse o representante da empresa, Paulo Valente.