Nesta quinta-feira (22), o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Bruno Funchal, apresentou a estimativa de um crescimento de R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões na margem para o teto de gastos em 2022. Dessa forma, os recursos dão margem para maiores investimentos na área social, como, por exemplo, o aumento do Bolsa Família para R$ 300 como quer o governo, mas isso demanda escolhas da gestão.
De acordo com o secretário: “Se não tivermos nenhuma surpresa, teremos esse espaço adicional, ou seja, com esta folga do teto de 2022, é possível fazer Bolsa Família de R$ 300”, garantiu. “Mas acaba comprimindo o espaço para outras coisas, como investimentos”.
De fato, o presidente da República, Jair Bolsonaro, declarou que o governo trabalha para oferecer um aumento do Bolsa Família de no mínimo R$ 300 mensais a partir de novembro, sem descumprir o teto de gastos ou ultrapassar a capacidade de endividamento do País. A saber, atualmente, o benefício médio pago pelo programa é de cerca de R$ 192.
Ainda mais, de acordo com o presidente, o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600,00 elevou o endividamento mensal do Brasil em R$ 50 bilhões por mês. “Não tinha como manter isso por muito tempo, mas mantivemos por cinco meses”, disse durante transmissão semanal ao vivo. “A nossa capacidade de endividamento chegou no limite. Eu queria dar R$ 10 mil por mês para cada um dos 68 milhões de necessitados, mas o Brasil ia quebrar”.
Expectativa para o teto federal
Por causa da inflação acumulada de 8,35% entre julho de 2020 e julho deste ano, o teto federal de gastos subirá de R$ 1,486 trilhão em 2021 para R$ 1,61 trilhão em 2022, ou seja, uma diferença de R$ 124 bilhões.
De acordo com o secretário especial de Fazenda, o orçamento do próximo ano terá uma folga de R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões para o cumprimento da regra do teto. Isso deverá ocorrer mesmo que todas as despesas obrigatórias cresçam dentro do previsto em 2022.
“Após as atualizações das previsões macroeconômicas e levando em consideração que os gastos com pessoal e Previdência são as maiores contas hoje do governo, está estimado que, se não tiver mais surpresas, a folga do teto deverá ficar entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões. Isso daria margem para [o Bolsa Família] chegar perto de R$ 300, mas acaba comprimindo o espaço para outros investimentos”, disse Funchal.
Bolsa Família deve atender até 22 milhões de brasileiros
Em entrevista concedida na terça-feira (20) para a Rádio Itatiaia, o presidente Bolsonaro comentou que o Executivo tem a previsão de atender 22 milhões de pessoas para o novo Bolsa Família. Dessa forma, caso a projeção de Bolsonaro se concretize, estaríamos falando, de um aumento de mais de 7 milhões de pessoas em relação ao que se vê atualmente.
A saber, no Orçamento de 2021, a verba para o Bolsa Família é de R$ 34,9 bilhões.
Além disso, ao ser questionado sobre a mudança de nome do programa, para Renda Cidadã, ou ainda a apresentação de um novo programa social, Bolsonaro diz não estar preocupado em mudar o nome do programa, e sim em atender à população e afirma:
“O ministro da Cidadania, João Roma, está trabalhando uma maneira de enxugar o Bolsa Família para aumentar o valor médio do benefício. O Bolsa Família tem várias coisas que interferem no valor. Queremos que menos coisas interfiram e tenhamos no final da linha um valor maior. Essa que é a ideia. Vai passar da média de R$ 192 para a média de R$ 300, e é muito bem-vindo, no meu entender”, disse, parabenizando o trabalho do ministro.
Com informações da Agência Brasil
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