A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou nesta segunda-feira (30) um estudo sobre a relação entre a concessão de crédito e a elevação do endividamento das famílias brasileiras. A saber, o aumento de um impulsiona a alta do outro.
Para chegar a essa conclusão, a CNC citou o crescimento de 1,2% do saldo das operações totais de crédito em julho, totalizando R$ 4,3 bilhões. Assim, o resultado em 12 meses ficou 16,2% maior que os 12 meses anteriores. Todos esses dados são baseados no Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Ao mesmo tempo, o percentual de famílias brasileiras endividadas em agosto chegou a 72,9%, quarto mês seguido de recorde. Esse resultado é proporcional ao aumento dos empréstimos e financiamentos disponibilizados às pessoas físicas, segundo Izis Janote, economista da CNC.
“Desde o primeiro trimestre deste ano, as operações anualizadas com consumidores superam as operações com empresas, o que não ocorria desde março de 2020. Somente com recursos livres, o estoque de crédito às famílias chegou a R$ 1,3 bilhão, aumento de 9% no ano”, explicou Janote.
Comprometimento da renda familiar cresce, mas inadimplência segue estável
De acordo com a CNC, o endividamento dos consumidores do país vem crescendo no segundo semestre do ano. Aliás, o comprometimento da renda familiar média também está mais elevado, e atingiu 30,6% em julho. Contudo, a inadimplência das pessoas físicas permaneceu estável no mês. Inclusive, a taxa caiu 1% em 12 meses.
A economistas Izis explica que o indicador de custo do crédito às pessoas físicas ainda está 1,7 ponto percentual (p.p.) menor que o índice de julho de 2020. Dessa forma, apesar de o indicador seguir crescendo, a taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres está 1,6 p.p. abaixo da taxa registrada em julho de 2020.
Por fim, o estudo da CNC conclui que o endividamento das famílias está crescendo no segundo semestre, impulsionado pelo aumento das concessões de crédito. Isso é bastante perigoso, como mostram os levantamentos mensais da confederação sobre o percentual de famílias endividas no país. No entanto, a inadimplência não segue o mesmo caminho ascendente, revelando que os brasileiros continuam pagando suas dívidas.
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