O auditor Alexandre Marques foi suspenso por 45 dias pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por ter produzido um relatório falso sobre uma suposta supernotificação de mortes por Covid-19 no país em 2020. De acordo com o tribunal, durante a suspensão, o auditor não receberá salário.
Assim como publicou o Brasil123, o “levantamento” chegou a ser divulgado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em junho deste ano e foi replicado por bolsonaristas nas redes sociais.
Na oportunidade, o TCU esclareceu que o documento feito pelo auditor não havia sido produzido pelo tribunal e não tinha legitimidade. À época, Bolsonaro se pronunciou e assumiu que o conteúdo não era, de fato, produzido pelo órgão.
Durante seu depoimento na CPI da Covid-19, Alexandre Marques afirmou que havia preparado um rascunho. Segundo ele, em nenhum momento ele havia concluído que as mortes por conta do vírus eram supernotificadas.
Ainda de acordo com o auditor, o documento foi compartilhado com servidores do TCU no dia 31 de maio. Alguns dias depois, o servidor afirmou que repassou o documento ao pai e este mesmo texto, alguns dias depois, foi compartilhado por Bolsonaro em suas redes sociais.
Depois que o presidente compartilhou, o conteúdo viralizou e foi amplamente compartilhado por apoiadores de Bolsonaro. Isso, com um cabeçalho com o nome do TCU, o que, segundo o auditor, não constava no documento que ele havia produzido.
Ainda durante seu depoimento, o auditor negou que tenha alguma relação com a família do presidente, mas confessou que seu pai mantém “relações de contato” com o chefe do Executivo.
Hoje, Alexandre Marques já estava cumprindo afastamento. Isso porque o TCU optou pela medida enquanto investigava sobre a produção do documento falso. Agora, com a suspensão confirmada, a situação dele no órgão se complica. Isso porque, com qualquer nova falta, ele estará sujeito à demissão.
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