Em depoimento na CPMI que investiga atos golpistas, o ex-ajudante de Ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro optou por não responder às perguntas sobre os atos golpistas, feitas pelos inquisidores da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito.
Conforme orientação de sua defesa, o tenente-Coronel permaneceu em silêncio durante os questionamentos. Contudo, em sua fala inicial o depoente fez questão de relembrar a sua carreira nas Forças Armadas.
Ressaltou ainda que a indicação para a função de Ajudante de Ordem parte das Forças Armadas e não de uma escolha do Presidente da República. Bem como, não competia a ele algumas análises de documentos. Disse também que determinadas ações não faziam parte de suas funções. Também comentou o fato de continuar preso mesmo existindo uma orientação para a revogação de sua prisão.
Ainda pontuou a questão das investigações a seu respeito, irem muito além dos atos golpistas que aconteceram no mês de janeiro.
Quer saber tudo que aconteceu na oitiva do tenente-coronel Mauro Cid e a opinião dos parlamentares sobre o seu silêncio? Continue a leitura do texto até o final.
O silêncio de Mauro Cid na CPMI dos atos golpistas
Acatando a orientação dos seus defensores, o tenente coronel preferiu permanecer em silêncio durante os questionamentos tanto da relatora como dos demais inquisidores.
Desse modo, Rafael Brito, deputado pelo MDB de Alagoas, protestou contra essa escolha do ex-ajudante de Ordem. De acordo com Brito esse é um silêncio que fala, aliás é um silêncio que grita e ecoa no ouvido de todos aqueles que têm por princípio defender a verdade e a Democracia.
Segundo parlamentares que fazem parte da base aliada do atual governo, Mauro Cid perdeu a oportunidade de trazer esclarecimentos sobre episódios de que sofre acusação.
Assim, lamentaram o fato de que o militar não apontou o nome de outras pessoas que tenham envolvimento nesses episódios. Parlamentares também teceram críticas ao conteúdo das mensagens que o ex-ajudante de Ordem de Bolsonaro trocou com o Coronel Jean Lawand Junior.
A saber, Lawand também já foi ouvido por esta CPMI, contudo negou que suas mensagens fizessem apologia à uma ruptura institucional.
As declarações de Mauro Cid a CPMI que investiga atos golpistas
Apesar do silêncio durante os questionamentos, o tenente-coronel Mauro Cid fez declarações em seu pronunciamento à comissão.
Desse modo, suas falas foram para lembrar sua carreira nas Forças Armadas. Explicou, portanto, as suas funções na área militar. Assim, declarou que quem o escolheu para o cargo de ajudante de Ordem, foram as Forças Armadas, ou seja, essa escolha não partiu do Presidente da República. Destacou ainda que esta função tem características exclusivamente militar, ressaltando que não existiu ingerência política nesta indicação.
Ao mesmo tempo, o ex-ajudante de Ordem explicou que em sua função não existia a atribuição de fazer análise de projetos ou qualquer outra demanda, que ministros de estado, autoridades e apoiadores trouxessem até o presidente. Então, pontuou que ele não participava da gestão pública.
Apoio ao Tenente-coronel Mauro Cid
Assim como houve quem protestasse e fizesse critica a decisão de Mauro Cid de permanecer em silêncio, houve também quem demonstrasse apoio ao Tenente Coronel.
Nesse sentido, o delegado Ramagem, deputado pelo PL do Rio de Janeiro, afirmou que não existem vínculos entre o ex-presidente, seu Ajudante de Ordem e os episódios que ocorreram em Brasília durante os atos golpistas.
Enfim, na sua opinião o silêncio de Mauro Cid representa Inocência ou culpa nos atos golpistas de 8 de janeiro? Deixe sua resposta nos comentários.