A fintech Gorila, uma consolidadora de investimentos, fez uma pesquisa que apontou que apenas 3,86% dos investidores possuem ativos internacionais. Além disso, quem aposta nesses produtos são justamente os investidores de menor patrimônio. Com a recente entrada forte de contas internacionais e corretoras americanas no Brasil, o dado surpreende.
Isso porque Nomad e Avenue já são empresas consolidadas e que possuem uma grande base de clientes. Na prática, elas permitem a compra de ativos internacionais para brasileiros. O levantamento também mostra que existe um grande mercado a ser explorado nesse setor de investimentos.
O que são ativos internacionais?
Ativos internacionais são todos os produtos de mercado financeiro que estão sediados em outros países. Isso quer dizer que são produtos fora do Brasil e que, por isso, não sofrem tributação brasileira, mas seguem as regras de outros países. No mundo todo, o mercado mais buscado é o americano, por ser o maior mercado financeiro do mundo.
Dessa forma, existem diversas formas de ter ativos internacionais. Assim como no Brasil, o mercado americano possui renda fixa de títulos públicos e também de crédito privado, com investidores emprestando valores para empresas privadas. Contudo, a maior busca ainda é por ações americanas, que estão entre as maiores empresas do mundo. São exemplos de empresas americanas a Apple e a Microsoft que, juntas, valem mais que toda a bolsa brasileira.
Por conta de toda essa segurança e liquidez, o mercado americano é muito mais seguro que o brasileiro. Dessa forma, ter ativos internacionais é uma forma de proteção do dinheiro, mas que também permite rendimentos acima da média do mercado brasileiro. Apesar disso, é preciso lembrar que atualmente existem algumas taxas para que você consiga investir por lá, principalmente por conta do câmbio entre real e dólar.
Poucas pessoas investem
A fintech Gorila concluiu que apenas 3,86% dos investidores de sua base investem fora do Brasil. Contudo, o dado que mais surpreende é que a maioria das pessoas que investem em ativos internacionais são investidores de baixo patrimônio. Quem tem menos de R$ 20 mil de patrimônio investido alocava 21,76% desse valor em ativos no exterior em junho, segundo a empresa. O estudo considerou apenas ações listadas fora do país, desconsiderando os BDRs, que são ativos do mercado brasileiro, mas de empresas de fora do país.
“Quem tem menos dinheiro vai atrás de mais volatilidade e maior risco, enquanto quem tem mais capital para investir faz alocações mais racionais e mais parecidas com as de family offices”, afirma Guilherme Assis, presidente da Gorila. Isso quer dizer que as carteiras de maior patrimônio são mais conservadoras e, por isso, ativos internacionais ficam entre as menores prioridades de investimentos.
Apesar disso, analistas acreditam que os percentuais devem aumentar. Recentemente, o Banco Inter anunciou a abertura de conta internacional que permitirá a compra de ações fora do país. O mesmo movimento foi seguido por outras corretoras do Brasil.