Nesta sexta-feira (3), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta referente à identificação de lotes falsificados de dois medicamentos essenciais no mercado brasileiro. Assim, ressaltando a importância de cautela por parte dos profissionais de saúde e da população em geral. Os medicamentos em questão são o Tysabri® e o Ozempic®.
O Tysabri® é um medicamento utilizado no tratamento de formas mais ativas de esclerose múltipla. Dessa forma, ele contém o princípio ativo natalizumabe. A empresa detentora do registro, Biogen Brasil Produtos Farmacêuticos Ltda., comunicou à Anvisa sobre a identificação de falsificações do produto no território nacional.
As falsificações se referem ao lote FF00336, cuja validade se estendia até janeiro de 2026. O laboratório Biogen esclareceu que esse lote foi produzido exclusivamente para uso institucional, sem finalidade comercial, e apresenta características distintas em relação ao medicamento original disponível em farmácias.
Em resposta a essa situação, a Anvisa emitiu a Resolução 3.874/2023. Dessa forma, acabou estabelecendo medidas preventivas, que incluem a apreensão e a proibição da distribuição. Além disso, a comercialização e uso do produto falsificado.
Sobre a falsificação do Ozempic
Quanto ao medicamento Ozempic®, empregado no tratamento de pacientes adultos com diabetes tipo 2. Isso quando o organismo não produz insulina ou desenvolve resistência a ela.
Assim, a Anvisa recebeu uma comunicação da empresa responsável, a Novo Nordisk Farmacêutica do Brasil Ltda., informando que o lote LP6F832, que aparentemente teria validade até novembro de 2025, é, na verdade, uma falsificação.
A empresa enfatiza que esse lote de canetas não é considerado válido. Em resposta a essa situação, a Anvisa emitiu a Resolução 3.945/2023, que proíbe a comercialização, distribuição e uso do medicamento falsificado.
Assim, a Novo Nordisk também aconselha os consumidores a desconfiarem de preços excessivamente baixos e de pontos de venda não convencionais. Isso ao mesmo tempo em que esclarece que o Ozempic é exclusivamente comercializado em canetas pré-preenchidas injetáveis. Assim, não havendo outra apresentação do produto.
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O que é Ozempic?
Ozempic é um medicamento utilizado no tratamento de diabetes tipo 2. Sua substância ativa é o semaglutido. Ela pertence a uma classe de medicamentos chamada agonistas do receptor de GLP-1 (glicagon-like peptide-1). O GLP-1 é um hormônio produzido naturalmente pelo intestino que ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue.
Ozempic é administrado por injeção subcutânea e atua aumentando a produção de insulina pelo corpo em resposta à ingestão de alimentos. Dessa forma, acaba reduzindo os níveis de açúcar no sangue. Além disso, ele também retarda o esvaziamento do estômago, o que ajuda a controlar o apetite e pode levar à perda de peso em algumas pessoas.
Geralmente, o Ozempic é prescrito para pacientes com diabetes tipo 2 cuja glicemia não está adequadamente controlada por meio de mudanças na dieta, exercícios e outros medicamentos antidiabéticos.
Além disso, é importante que seu uso seja orientado e monitorado por um profissional de saúde, pois requer prescrição médica e acompanhamento regular para garantir a eficácia e a segurança do tratamento.
População não deve fazer uso dos medicamentos falsificados
A população e os profissionais de saúde são instados a evitar a utilização do produto falsificado. A empresa também divulgou uma lista de características que podem auxiliar na identificação das falsificações:
- Erros ortográficos no endereço da empresa responsável pela importação e distribuição do produto no país;
- Discrepâncias na coloração das faixas laranja e azul da embalagem;
- Formatação das letras e,
- Ausência da inscrição em braille na embalagem.
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Ressalvas da Anvisa
A Anvisa reforça a importância de adquirir medicamentos exclusivamente em estabelecimentos devidamente regularizados, na embalagem completa (intacta dentro da caixa) e com a devida nota fiscal.
Então, se houver qualquer suspeita de falsificação, a orientação é que a população e os profissionais de saúde evitem a utilização do produto e contatem as empresas detentoras do registro dos medicamentos para confirmar sua autenticidade.
Qualquer indício de medicamentos falsificados deve ser relatado à Anvisa. Isso de preferência por meio do sistema Notivisa para profissionais de saúde. Além disso, diretamente à ouvidoria, utilizando a plataforma FalaBR, com login (CPF) e senha cadastrados no portal Gov.br.
A Anvisa também disponibiliza um sistema de consulta em seu website. Assim, permitindo que os consumidores verifiquem o histórico de produtos irregulares previamente identificados no Brasil.
Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária mantém um serviço de atendimento telefônico ao público (0800-6429782), operacional das 7h30 às 19h30, de segunda a sexta-feira, exceto em feriados, com chamadas gratuitas em todo o território nacional.
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Quais os riscos de fazer uso de um medicamento falsificado?
O uso de medicamentos falsificados apresenta sérios riscos à saúde e à segurança dos pacientes. Alguns dos perigos associados ao uso de medicamentos falsificados incluem:
- Ineficácia: Medicamentos falsificados podem não conter os ingredientes ativos necessários na quantidade adequada, o que significa que não trarão os benefícios terapêuticos esperados. Então, isso pode resultar na falta de tratamento da condição médica subjacente, permitindo que ela progrida ou piore.
- Toxicidade: Medicamentos falsificados podem conter substâncias tóxicas ou contaminantes prejudiciais que não estão presentes nos medicamentos autênticos. Assim, o consumo dessas substâncias pode causar efeitos colaterais graves e envenenamento.
- Resistência a antibióticos: No caso de antibióticos falsificados, o uso inadequado desses medicamentos pode levar ao desenvolvimento de resistência bacteriana, tornando as infecções mais difíceis de tratar.
- Reações alérgicas: Os ingredientes em medicamentos falsificados podem ser diferentes dos medicamentos genuínos, aumentando o risco de reações alérgicas em pessoas sensíveis a essas substâncias.
Portanto, é fundamental adquirir medicamentos apenas em fontes confiáveis, como farmácias e instituições de saúde regulamentadas. Dessa forma, qualquer suspeita de medicamentos falsificados deve ser comunicada às autoridades de saúde competentes.
Assim, a orientação de um profissional de saúde é essencial ao escolher e usar medicamentos para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.