Após a tomada do poder do Afeganistão pelo grupo islâmico Talibã, vários países ao redor começaram a se preocupar sobre os impactos que esta crise poderia causar sobre eles. Devido à proximidade, a Europa é o continente com mais probabilidade de sofrer ataques terroristas deste grupo.
No entanto, especialistas em ataques terroristas extremistas no Afeganistão acreditam que desta vez, as ações serão pontuais e, ao que tudo indica, não há perigo de chegarem até o continente Europeu. Até mesmo porque, as agências antiterrorismo se especializaram e se fortaleceram após o famoso ataque de 11 de setembro.
Mesmo assim, a Organização das Nações Unidas (ONU) em parceria com vários países da Europa se mobilizam para conter um agravo na crise humanitária partindo do Afeganistão. De acordo com a Agência da ONU para Refugiados, uma enorme crise ainda está por vir, pegando a todos de surpresa.
Portanto, não só a Europa, como os demais países devem se comprometer a compartilhar atos de responsabilidade humanitária. É o que prega as Nações Unidas se referindo ao abrigo de refugiados do Afeganistão.
Por hora, este tem sido um dos impactos mais notáveis da tomada de poder pelo Talibã. Pois a partir do momento em que o golpe se concretizou, afegãos não mediram esforços para invadir aviões das forças armadas dos Estados Unidos da América e sair do território afegão o quanto antes.
Segundo o islamologista Alain Grignard, apesar da má fama, o Talibã fará o possível para evitar que o Afeganistão passe a ser conhecido como um território livre e que abriga terroristas. Muito pelo contrário, foi justamente por isso que o grupo foi criado, para combater as tratativas da Al Qaeda.
O islamologista ainda se arrisca a afirmar que o propósito atual do Talibã é o mesmo de 25 anos atrás, puramente nacionalista. Ou seja, permanece com o objetivo de contribuir um estado islâmico puro.
Mesmo assim, o estado islâmico no Afeganistão não deve oferecer nenhuma ameaça grave à Europa, é o que diz Grignard. Para ele, a situação foi ainda mais grave durante a gestão da Al Qaeda no poder, antigo grupo que tem recebido bastante atenção do Talibã, não deixando tempo para analisar a situação dos países europeus.
Na oportunidade, a educadora belgo-marroguina, Fadila Maaroufi, diretora do Observatório dos Fundamentalismos em Bruxelas, caracterizou o islamismo como um fenômeno global. Em complemento ela citou as celebrações virtuais da tomada de poder do Talibã no palácio presidencial afegão.
Na ocasião, os pronunciamentos foram feitos por fundadores da Barakacity, considerada salafista. Em outras palavras, aquela que segue um islamismo superconservador e internacionalista, tendo muitos apoiadores na Bélgica e na França, terras de vários terroristas responsáveis pelos ataques nos anos de 2015 e 2016.
Por outro lado, a educadora Maaroufi, acredita que a atual crise enfrentada pelo Afeganistão deveria ser vista como um exemplo de ingenuidade para os líderes ocidentais que acreditam nas melhorias prometidas por um Talibã “moderno e inclusivo”. “Fundamentalistas querem impor suas visões de mundo pela força e pela coerção”, completou.