Os ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes, na terça-feira (07), nas manifestações pelo 7 de Setembro, podem respingar em André Mendonça, que passa a ter sua vaga na Corte ameaçada.
De acordo com as informações publicadas pelo jornalista Valdo Cruz, da “Globo News”, senadores afirmam que as declarações do chefe do Executivo inviabilizaram a indicação de André Mendonça para a vaga no Supremo.
Ainda segundo o jornalista, senadores já avaliam que, por conta do cenário atual, o ex-advogado-geral da União e ex-ministro da Justiça teria mais de 50 votos contrários à sua indicação, o que faria com que ele não fosse aprovado na sabatina da Casa.
Essa desaprovação de André Mendonça acontece mesmo com o fato de os senadores estarem cientes que o clima negativo não foi provocado pelo próprio indicado. Todavia, como ele é o nome que Bolsonaro quer, a negativa poderia ser uma resposta ao chefe do Executivo.
Isso porque, de acordo com os senadores, não faz sentido aprovar um nome indicado por Bolsonaro que, além de atacar, afirmou que não vai mais cumprir as decisões da Corte que André Mendonça passaria a fazer parte caso aprovado na sabatina do Senado.
A indicação de André Mendonça
O ex-ministro da Justiça foi indicado em julho deste ano, logo após a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, e foi a promessa cumprida de Bolsonaro, que afirmou que indicaria um evangélico para o posto.
Todavia, desde então, por conta da crise entre o Executivo e Judiciário, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), guardou na gaveta a indicação e não pautou a sabatina do ex-AGU.
Neste período, a CCJ sabatinou e o plenário do Senado aprovou a recondução ao cargo do atual procurador-Geral da República, Augusto Aras, que foi indicado para um segundo mandato pelo próprio presidente Bolsonaro, uma semana depois de André Mendonça.
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