Uma estudante morreu e outros três alunos ficaram feridos após um ataque a tiros dentro da Escola Estadual Sapopemba, localizada na Zona Leste de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (23). De acordo com informações da Polícia Militar, o incidente ocorreu por volta das 7h30, quando a polícia e os bombeiros foram acionados.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o crime foi cometido por um adolescente de 15 anos, que também é aluno da escola. Ele entrou armado no colégio e efetuou os disparos.
O atirador foi detido e encaminhado ao 70° Distrito Policial – Sapopemba. Até então, a polícia não divulgou a motivação do ataque e nem a origem da arma.
Além de uma estudante que foi baleada na cabeça e não resistiu aos ferimentos, outros três estudantes foram atingidos pelos tiros. Um quarto aluno se machucou ao tentar fugir durante o ataque. Os feridos foram levados para o pronto-socorro do Hospital Geral de Sapopemba.
Veja a nota na íntegra do governo de São Paulo
O Governo de SP lamenta profundamente e se solidariza com as famílias das vítimas do ataque ocorrido na manhã desta segunda-feira (23) na Escola Estadual Sapopemba. Nesse momento, a prioridade é o atendimento às vítimas e apoio psicológico aos alunos, profissionais da educação e familiares.
Durante o ataque a tiros, três alunos foram atingidos. Uma aluna morreu e outros três feridos estão sendo atendidos no Hospital Geral de Sapopemba, sendo um deles que se machucou ao tentar fugir durante o ataque. A Polícia Militar foi acionada e apreendeu o autor dos disparos e a arma utilizada por ele.
Mais informações sobre o estado de saúde das vítimas e investigação do ataque serão divulgadas em breve.
Violência nas escolas
Entre 2002 e maio deste ano, foram registrados ao menos 30 ataques violentos a escolas no Brasil. Em março, por exemplo, uma professora foi morta a facadas e três ficaram feridas, durante um atentado em uma escola estadual no bairro de Vila Sônia, em São Paulo (SP). Em abril, quatro crianças morreram e cinco ficaram feridas. Isso, após um homem ter invadido uma creche em Blumenau, Santa Catarina, para atacar as vítimas utilizando uma machadinha.
Debate sobre psicólogos nas escolas
O deputado Rafael Brito (MDB-AL), solicitou o debate junto a Comissão de Educação da Câmara e esta realizou audiência pública para discutir a implantação da Lei 13.935/19. Que trata da obrigatoriedade de todas instituições das redes públicas de ensino básico efetivarem a contratação de Psicólogos e Assistentes Sociais.
O que defendem os participantes do debate
De acordo com suas declarações, Raquel Guzzo, psicóloga e integrante do CFP (Conselho Federal de Psicologia) acredita que é primordial que os psicólogos nas escolas tenham formação específica para atuar na educação. Dessa forma, opina que nos estabelecimentos de ensino existem demandas que diferem daquelas comuns as clínicas, pois nas escolas deve-se levar em consideração o contexto e as políticas próprias da educação.
Ainda expõe seu ponto de vista acerca da complexidade das funções, devido ao aspecto generalista da profissão. Desse modo, salientou a dificuldade de simplesmente transpor o profissional da clínica para as escolas.
Segundo Alessio Lima, vice-presidente da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), o maior impasse para efetivar a lei é o orçamento, conforme seu relato cerca de 50% dos estabelecimentos de educação básica, se localizam em pequenos municípios que apresentam dificuldade no orçamento para financiar a educação. Sendo assim, sugeriu a integração das escolas com os serviços que já existem no município.
Todavia, Marciângela Lima, Vice-presidente do Conselho Federal de Serviço Social, foi contra essa ideia, pois conforme sua posição, o município não cumprirá a lei, ao fazer com que o profissional já existente atenda a demanda da educação.
Outra que manifestou opinião a respeito dos psicólogos nas escolas, foi a deputada Erika Kokay (PT-DF). Ela ressaltou a importância desses profissionais para o desenvolvimento infantil e também dos adolescentes. Além disso, afirmou que é necessário que cada unidade de ensino tenha psicólogos nas escolas e também o Assistente Social, e como solução para a questão do orçamento, sugeriu que esses profissionais sejam enquadrados como profissionais da educação.
Parecer do autor do requerimento
Por fim, o deputado Rafael Brito, autor do requerimento afirmou que reconhece a dificuldade que os municípios menores enfrentam em relação ao orçamento. Porém, observou que os maiores também ainda não efetivaram a lei. Ademais, o deputado relembrou que foi secretário de Educação de Alagoas, assegurando assim que existem atualmente os recursos para o financiamento da área.